Por felipe.martins

São Paulo - O acesso ao Porto de Santos foi restringido ontem pelo gabinete de crise formado por representantes do governo do Estado de São Paulo, da Prefeitura de Santos e do Corpo de Bombeiros para acompanhar o incêndio que atinge desde quinta-feira tanques de combustível numa área industrial contígua ao terminal. Caminhões só poderão entrar pela margem esquerda.

A medida, que vale pelo menos até a sexta-feira, foi tomada porque até ontem os bombeiros e as brigadas anti-incêndio não conseguiram controlar as chamas. A Companhia Docas do Estado de São Paulo informou ontem que pela margem direita do porto, o principal em movimentação da produção agrícola e das indústrias brasileiras, passam cerca de 12 mil caminhões por dia.

Apesar de todo o seu esforço, bombeiros e brigadas anti-incêndio não conseguem controlar as chamasReprodução TV Globo

Para garantir a limitação, barreiras foram montadas nas estradas que dão acesso a Santos. Só passam os caminhões que seguem para a margem esquerda do terminal e aqueles que transportam cargas perecíveis. Os caminhoneiros são orientados a levar a carga de volta ao local de origem, mas muitos preferem esperar às margens das rodovias.

Até esta segunda-feira, ainda não havia um balanço, mas a expectativa é que a restrição à circulação de caminhões vá impactar a entrada de produtos importados e a exportação de mercadorias brasileiras. Na margem interditada estão 46 dos 55 terminais de carga e descarga do porto.

O incêndio começou por volta das 10h de quinta-feira num tanque de combustível da empresa Ultracargo/Tequimar e se alastrou para outros ao lado. Ontem, segundo informações do Corpo de Bombeiros, dois tanques de gasolina continuavam queimando, e 106 homens, inclusive em barcos, trabalhavam no combate às chamas.

Danos ao ambiente e medo

O medo de contaminação levou centenas de pessoas que moram próximo ao Porto de Santos a abandonas suas casas desde a quinta-feira e ir para a de parentes. Muitos alegam que suas casa foram tomadas pela fuligem ou que temem explosões.

Além disso, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) confirmou a contaminação de rios e córregos e a mortandade de peixe em vários pontos. Por isso, determinou a suspensão da pesca em toda a região do entorno do porto.

No fim de semana, a Defesa Civil do Estado de São Paulo anunciou que tinha preparado esquema de segurança em caso de haver necessidade de retirar a população. Escolas da região seriam usadas como abrigo pelas famílias retiradas de casa.

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