Por tamara.coimbra

Rio - As centrais sindicais realizam nesta sexta-feira um dia de ampla paralisação do setor produtivo com o intuito de chamar a atenção para o fato de o custo do ajuste fiscal esta sendo imposto à classe trabalhadora e para manifestar contra o Projeto de Lei da Câmara 30/2015 (antigo 4.330/04) que regulamenta a terceirização no país. Ao todo 24 estados e o Distrito Federal aderiram os protestos. Entre eles Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantis.

Os trabalhadores protestam contra a medida provisória 664, que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte, e contra a Medida Provisória 665, que dificulta o acesso ao abono salarial e ao seguro-desemprego.

Viatura da PM avança para dispersar manifestantes em São PauloReprodução TV Globo

Na capital paulista o ato foi encerrado às 11h. Os manifestantes começaram o protesto as 6h, na Ponte das Bandeiras, sobre a Marginal Tietê, caminharam pela Avenida do Estado e encerraram o ato no Parque Dom Pedro, no centro da cidade. As lideranças estimam que cerca de 500 pessoas participaram da manifestação em São Paulo. A Polícia Militar fez uma estimativa de 200 manifestantes.

Já no Butantã, capital paulista, o protesto foi marcado pela confusão. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), ao menos cinco pessoas ficaram feridas, sendo um deles detidos, após serem agredidos por policiais militares durante a manifestação, na manhã desta sexta-feira, perto da Universidade de São Paulo (USP).

O Sintusp informou ainda que a PM usou balas de borracha, bombas de gás e de efeito moral, sprays de pimenta, cassetetes e ainda desferiu socos e pontapés contra os ativistas. O sindicato relatou que a confusão ocorreu quando um dos manifestantes foi detido pelos policiais. Com isso, os ativistas tentaram intervir e foram dispersados com gás.

Segundo o levantamento da PM, feito às 8h, cerca de 300 pessoas caminhavam no momento do confronto da Avenida Alvarenga, em frente ao portão principal da USP, em direção à Rodovia Raposo Tavares.

MTST invade Caixa Econômica de Niterói%2C no Rio de JaneiroReprodução Facebook

No Rio de Janeiro, os Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam a superintendência da Caixa Econômica em Niterói, na Região Metropolitanada do Rio. De acordo com a Secretaria Nacional MTST, o protesto é contra o ajuste fiscal e exigindo o lançamento do MCMV 3.

Além disso, a paralisação afeta as aulas no Rio, já que tanto o sindicato dos professores municipais e estaduais quanto os sindicatos das universidades públicas decidiram suspender as atividades.

Minas Gerais

Mesmo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho em Minas Gerais (TRT-MG), determinando que os metroviários cumpram escala mínima com 50% dos trens circulando, a categoria optou por manter a paralisação geral nesta sexta-feira. Com isso, no início desta manhã, não há viagens de metrô.

Porto Alegre

Apesar da decisão judicial que proibiu na última quarta-feira a realização de piquetes nas empresas de ônibus em Porto Alegre (RS), trabalhadores fecharam na madrugada desta sexta-feira a porta da garagem da Companhia Carris, que atua no transporte coletivo da cidade.

Há um piquete de motoristas e cobradores neste momento no local. Eles participam do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral, convocado por entidades sindicais e movimentos populares do campo e da cidade.

Recife

A saída para o trabalho foi complicada na manhã desta sexta-feira, na Região Metropolitana do Recife. Embora o Grande Recife Consórcio de Transporte tenha anunciado reforço nas linhas de ônibus, especialmente nas áreas atendidas pelo metrô, quem tenta usar o transporte coletivo encontra dificuldades. O metrô funcionou das 5h às 9h. As estações, inclusive, estão sendo fechadas. Na saída da Estação Joana Bezerra, é possível encontrar motociclistas cobrando entre R$ 10 e R$ 30 pelo transporte.

Em Olinda e Paulista, também há relatos de não haver coletivos nas ruas, além dos ônibus vindos do interior do estado. Quem está em veículo próprio enfrenta engarrafamento em alguns pontos da RMR.

Além de operar no início da manhã, os metrôs votarão a funcionar das 16h às 20h, para garantir a volta dos trabalhadores para casa. “A gente conseguiu atender a grande demanda hoje cedo, já que esse é o horário de pico, que os trabalhadores se deslocam de casa para o trabalho. E a gente vai garantir o retorno do trabalhador que utilizar o metrô, para dar a população, que está tão prejudicada devido ao movimento grevista de hoje, o direito de ir e vir, utilizando o metrô do Recife”, disse o assessor do Metrorec, Salvino Gomes.

Parte dos funcionários aderiram à paralisação e os que compareceram ao trabalho conduziram a operação nos metrôs. “Essa operação foi toda conduzida pelos supervisores e inspetores de maquinistas. Temos também o pessoal das estação que abriu todas as 29 estações, o pessoal do controle de tráfego, da manutenção. O movimento teve adesões em todas as áreas, mas quem veio trabalhar ajudou”, explicou.

Liderança

A proposta libera a subcontratação nas atividades-fim de qualquer empresa privada. O movimento foi convocado pelas centrais sindicais CUT, CTB, UGT, NCST, CSP Conlutas e Intersindical. A Força Sindical, segunda maior central do país, decidiu não participar, por ser favorável à regulamentação da terceirização.

Com informações do iG

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