Por bferreira

São Paulo - Levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Justiça revelou que, em junho de 2014, havia no Brasil 607.731 pessoas encarceradas. Segundo o Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (Infopen), o número coloca o país como o quarto do mundo com mais presidiários, atrás dos Estados Unidos, que tinha 2.228.424, da China, com 1.657.812, e da Rússia, com 673.818.

Mas, ao contrário dos países líderes em pessoas presas, o Brasil foi o único com crescimento. De acordo com Infopen, do ano 2000 a 2014, o número de encarcerados aumentou 161%, com média de 7% ao ano.

Já no período de 2008 a 2014, houve crescimento de 33% da quantidade de presidiários no Brasil, enquanto na Rússia houve queda de 24%. Na China e nos Estados Unidos, a queda foi de de 9% e de 8%. Se mantiver o ritmo de crescimento, a previsão é de que em 2022 o país atingirá o montante de um milhão de presos.

Os resultados confirmam também o aumento da superlotação carcerária. Em junho de 2014, quando os números da pesquisa foram levantados, os 607.731 ocupavam 376.669 vagas, com médias de 1,6 pessoa por vaga. Mas, em 25% das unidades prisionais, a média era superior a dois por espaço destinado a um preso.

A pesquisa usou dados oficiais dos governos dos estados, menos de São Paulo, que não atendeu ao pedido do Ministério. Os dados das prisões paulistas foram retirados da página na internet da Secretaria de Administração Penitenciária.

EUA lideram na proporção

Quando o estudo analisa a relação do número de presos com o total da população de cada país, o Brasil mantém o quarto lugar no ranking, com 300 para cada grupo de 100 mil habitantes, mas a Tailândia, com 457 detentos, passa ao terceiro, e a China, com 119, fica em sétimo.

O levantamento do Ministério da Justiça brasileiro revela que os Estados Unidos lideravam, em junho de 2014, com 698 presos por cada grupo de 100 mil, seguido da Rússia (468). O quinto colocado era o Irã, que tinha 290 presos por 100 mil, e o México, o sexto, com 214.

No âmbito interno, São Paulo é o estado com mais encarcerados: 219.053. O número representa 36% do total de pessoas mantidas em prisões no país.

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