Brasília - Na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de ‘Pixuleco’, o ex-ministro José Dirceu foi preso nesta segunda-feira de manhã, em Brasília, onde já cumpria prisão em regime domiciliar como condenado do mensalão. Sua prisão foi ordenada em caráter preventivo.
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O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava Jato, afirmou no decreto de prisão de José Dirceu que a prova do recebimento de propinas pelo ex-ministro mesmo durante o julgamento do mensalão “reforça os indícios de profissionalismo e habitualidade na prática do crime”. Para o juiz, a conduta de Dirceu “recomenda, mais uma vez, sua prisão para prevenir risco à ordem pública”.
Em depoimento ao Ministério Público, o lobista Milton Pascowitch afirmou ter pago despesas pessoais do ex-ministro e de parentes dele com dinheiro recolhido de contratos de fornecedores prestadores de serviços da Petrobras. Segundo Pascowitch, Dirceu recebia R$ 96 mil por mês, oriundos de recursos desviados da Petrobras. Ao todo, ele teria embolsado R$ 11,5 milhões.
O dinheiro de Pascowitch foi utilizado para pagar parte de um jatinho, despesas de táxi aéreo e reformas em imóveis do ex-ministro, do seu irmão e até para a compra de um apartamento para a filha de Dirceu.
APARTAMENTO
Um dos favores do lobista foi a compra de um apartamento por R$ 500 mil para Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha do petista. Pascowitch, que se tornou delator da Lava Jato no final de junho, apresentou provas documentais contra o ex-ministro. Entre elas estão comprovantes de pagamentos pela Jamp Engenheiros Associados, empresa de Pascowitch, no valor de R$ 1 milhão, entre abril e dezembro de 2011, à empresa JD Assessoria e Consultoria Ltda, que pertence ao ex-ministro. Segundo Pascowitch, não houve prestação de serviços pelo ex-ministro à Jamp.
O lobista também apresentou recibos de uma doação de R$ 1,3 milhão à arquiteta Daniela Fachini que seria referente à reforma da casa utilizada por Dirceu em Vinhedo (SP). A Jamp Engenheiros Associados, conforme o delator, também pagou pela reforma de apartamento localizado na rua Estado de Israel, em São Paulo, em nome do irmão de José Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, que também foi preso nesta segunda-feira.
Condenado no processo do mensalão
Apontado como o mentor do esquema de compra de apoio político durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula, José Dirceu foi condenado no processo do mensalão do PT e cumpre, desde novembro do ano passado, sua pena de 7 anos e 11 meses de prisão em regime domiciliar. Ele foi considerado culpado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do crime de corrupção ativa.
Na Lava Jato, o ex-chefe da Casa Civil é investigado em inquérito na Justiça Federal do Paraná por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. A PF investiga se a empresa de consultoria de Dirceu, a JD Consultoria, tinha como clientes empresas que desviaram dinheiro da Petrobras.
Na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de ‘Pixuleco’, o ex-ministro José Dirceu foi preso ontem de manhã, em Brasília, onde já cumpria prisão em regime domiciliar como condenado do mensalão. Sua prisão foi ordenada em caráter preventivo.