Brasília - A defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto apresentou nesta semana suas alegações finais ao processo da Operação Lava Jato, que o acusa de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com seu advogado, Luiz Flávio Borges D’Urso, não há provas de sustentem as acusações que têm como base os depoimentos do doleiro Alberto Youssef, do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e do ex-dirigente da empresa Toyo Setal Augusto Mendonça. Vaccari está preso preventivamente desde abril deste ano, devido às acusações.
Os três delatores, de acordo com as investigações, apontam que Vaccari teria orientado depósitos nas contas do Partido dos Trabalhadores de recursos provenientes de propina cobrada de contratos entre fornecedores e a Petrobras.
“Não há contra o Sr. Vaccari que pudesse caracterizar uma prova a corroborar as informações dos delatores. É sempre bom advertir que a lei proíbe que se condene alguém exclusivamente com base em delação premiada”, destacou D’Urso, em nota divulgada nesta sexta-feira.
O advogado ainda alegou inconsistências dos depoimentos prestados à Justiça Federal em Curitiba.
“Ficou demonstrado que as delações não incriminam o Sr. Vaccari, pois Youssef disse que nunca esteve com o Sr. Vaccari ou a ele entregou qualquer quantia. Da mesma forma, Barusco afirmou taxativamente que nunca soube se o Sr. Vaccari recebeu algum dinheiro e Augusto Mendonça se limitou a afirmar que o Sr. Vaccari indicou a conta do PT para depósitos de doações, solicitadas por Renato Duque, e, expressamente, relata que Vaccari não sabia a origem dos recursos que serviram para tais doações”, argumentou.