Por bferreira

Brasília - Em meio aos 13 pedidos de impeachment apresentados à Câmara dos Deputados, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o governo vai fazer “tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”. Segundo Dilma, o Palácio do Planalto “está atento” a todas as tentativas de “produzir instabilidade” no país.

Dilma recebeu manifesto a favor de seu governo das mãos de presidentes e líderes aliadosABr

“O Brasil conquistou uma democracia a duras penas, eu sei o que estou dizendo, quantas penas duras foi para conquistar a democracia. Nós não vamos, em momento algum, concordar, ou, faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam”, disse a presidenta após cerimônia no Palácio do Planalto.

Momentos antes do evento, Dilma recebeu um manifesto de apoio a seu mandato de presidentes de partidos aliados e líderes da base na Câmara. O objetivo do encontro era que Dilma pedisse apoio dos parlamentares ao pacote de ajuste fiscal, com cortes de R$ 26 bilhões mais aumento e criação de impostos.

Apoiada por seis partidos, a ideia do manifesto foi do PC do B. O documento foi entregue à presidenta pelos presidentes do PT, Rui Falcão, do PMDB, senador Valdir Raupp (RO) e do PC do B, deputada Luciana Santos (PE). O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, do PSD, e o vice-presidente do PROS Moacir Bicalho, além de líderes e deputados de outros partidos, como PP, também foram ao Planalto entregar o manifesto.

No documento, a oposição foi acusada de adotar práticas radicais e golpistas, abusando “de mecanismos solertes da mentira, dos factoides e das tentativas canhestras de manobras pseudo-jurídicas”.

“Existe a vontade do eleitor, que se manifesta através das eleições, o governo faz o que pode para melhorar a condições do país, vivemos uma conjuntura econômica difícil, mas não podemos de forma alguma macular o fortalecimento da democracia com ações que não estão compatíveis com a legalidade e o perfeito funcionamento das instituições. Não é por que alguém acha que o governo não vai bem que tem o direito de tirar o mandato à força”, disse Kassab.

Menos cargos em comissão e ministérios

A presidenta Dilma Rousseff decidiu esperar o retorno ao Brasil do vice-presidente Michel Temer para anunciar, na semana que vem, o corte de dez dos atuais 39 ministérios, a junção de pastas e a extinção de cargos de confiança. Essas são algumas das medidas da reforma administrativa que o governo pretende tomar para melhorar a situação fiscal da União, cujo Orçamento do ano que vem é deficitário.

“Antes de quarta-feira da semana que vem eu apresentarei a reforma administrativa. Vou fazer junções de ministérios, vou juntar grandes órgãos do governo. Vou reduzir os DAS e vamos tomar uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la. Eu mantenho tudo o que eu disse antes, disse que vou fazer até dez (<CF94>ministérios</CF>). Quando for oportuno deixarei claro pra vocês quais são as junções”, afirmou Dilma.

O governo espera economizar R$ 2 bilhões em custeio da máquina administrativa, com a redução de ministérios e de cargos de confiança, além da renegociação de contratos e limitação de gastos com diárias, passagens e telefone.

Anteontem, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Mangabeira Unger, se antecipou e pediu demissão. Sua pasta é uma das que devem ser extintas na reforma administrativa.

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