Por marcelle.bappersi

Pará - A Polícia Federal deflagou nesta quarta-feira as Operações Check in 2 e Raabe, para desarticular uma quadrilha de doleiros e aliciadores para prostituição, no Pará. Desde o início da madrugada, cerca de 100 policiais cumprem 30 mandatos judiciais na capital paraense. Segundo a PF, o grupo teria fraudado o sistema financeiro brasileiro, e investia os valores arrecadados no mercado negro de mulheres para o exterior a fins de prostituição.

Uma das vítimas foi localizada pelos policiais federais no exterior, quando ainda estava grávida e dependente de drogas, vivendo de forma precária em um garimpo no Surinane. A PF ainda informou que um dos líderes é conhecido na capital paraense como "Corretor de gente" - ele seria responsável por negociar pessoas para o comércio de prostituição no exterior. 

PF desarticula organização criminosa que aliciava mulheres brasileiras para a prostituição no exteriorDivulgação

A organização criminosa mantinha relacionamento com doleiros e casas de câmbio em São Paulo, Manaus e Macapá e teria, segundo os investigadores, movimentado um montante estimado em 54 milhões de Reais, somente no último ano. Os membros do grupo contavam com auxílio de veículos carregados de moeda estrangeira e nacional que serviam de verdadeiras casas de câmbio ambulantes que contavam, inclusive, com o apoio de segurança clandestina.

A ramificação da quadrilha responsável pelo aliciamento de mulheres para a prostituição no exterior é proprietária de dois hotéis em Belém, utilizados para o trânsito das mulheres, que aí permaneciam até que fosse preparada toda a documentação para que fossem entregues para a de prostituição no exterior. 

Estão sendo cumpridos 15 mandatos de prisão preventiva, 5 mandados de condução coercitiva e 10 mandados de busca e apreensão na capital do Pará. A expectativa é de que seja apreendida grande quantidade de moeda estrangeira. Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, câmbio ilegal, lavagem de dinheiro e tráfico de pessoas.

A Operação conta com a participação do braço policial na PF no exterior e os dados ainda serão trabalhados por policiais federais em mais 16 países, por meio de 32 representações do órgão, na Europa e América latina, visando a ampliar o conhecimento sobre as atividades da organização. Só esse ano, foram iniciadas mais de 40 investigações da PF para coibir o tráfico de seres humanos para o exterior.

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