Rio - A presidenta Dilma Rousseff disse ontem que o Brasil tem a meta de reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. Ela discursou em encontro da Cúpula da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, onde afirmou que o ano base para diminuição é de 2005. A proposta será levada para a cúpula do clima de Paris, a COP 21, que acontecerá em dezembro.
O total de emissões em 2005 foi de 2,03 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. Com isso, a meta é emitir 1,28 bilhões de toneladas em 2025 e 1,15 bilhões de toneladas em 2030. Na ocasião, a presidente falou ainda do combate ao desmatamento e do reflorestamento de áreas degradadas. De acordo com ela, até 2020, o Brasil pretende zerar o desmatamento ilegal. Outro objetivo é a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares. A presidente quer recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradas e integrar 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-floresta.
Em seu discurso, Dilma reforçou a importância da COP 21. “A Conferência de Paris é uma oportunidade única de construirmos uma resposta comum ao desafio global de mudanças do clima. O Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e nossa inclusão social”, contou.
A presidente aproveitou a oportunidade para citar outras metas que considerou ‘ambiciosas’ na área de energia. “Primeiro, a garantia de 45% de fontes renováveis no total da matriz energética. Segundo, a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade. Terceiro, a participação de 23% das fontes renováveis, eólica, solar e biomassa, na geração de energia elétrica. Quarto, o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica. Quinto, a participação de 16% de etanol carburante e demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética”,estipulou a presidente.
Com isso, ela acredita que o Brasil está contribuindo decisivamente para que o mundo possa atender às recomendações do painel de mudança do clima, que estabelece limite máximo de 2°C de aumento de temperatura neste nosso século. Segundo Dilma, é necessário adaptar padrões de produção e consumo frente à mudança do clima e transformações do planeta.
Brasil depende das hidrelétricas
Após o seu discurso na ONU, a presidente Dilma Rousseff concedeu entrevista coletiva onde comentou as metas. Quando foi questionada sobre problemas na construção das hidrelétricas de Belo Monte e a resistência de povos indígenas para o leilão da usina de São Luiz do Tapajós, ela que o Brasil ainda não está pronto para abrir mão desta fonte de energia. mesmo admitindo falhas, Dilma prometeu conciliar geração de energia com preservação ambiental.
“O Brasil não pode abrir mão da hidreletricidade ainda. Ele abrirá quando ocupar o potencial que tem para ocupar. Ele terá de abrir e aí nós estaremos diante dos mesmos desafios que os países desenvolvidos estão, colocar o que no lugar? Tem gente que coloca no lugar as fontes fósseis. Eu espero que até lá tenham desenvolvido mais tanto a solar quanto a eólica”, disse a presidente.
Dilma finalizou a entrevista dizendo que tem feito um imenso esforço para compatibilizar a geração de energia com a preservação ambiental. “Tem falha? Ah, não tenha dúvida que tem, mas o fato de ter falhas não significa que a gente vai destruir esse processo, pelo contrário, a gente tem de reconhecê-las e melhorar. Agora, não se iluda, tem falhas em qualquer construção de qualquer projeto”, concluiu.