Por bferreira

Brasília - Mesmo depois dos apelos do Planalto, o Tribunal de Contas da União julga hoje o processo que aponta as chamadas ‘pedaladas fiscais’ nas contas do governo Dilma Rousseff de 2014. O relator do caso, ministro Augusto Nardes, já emitiu opinião favorável à rejeição das contas por causa das maquiagens feitas para aliviar o orçamento do governo.

Ontem, à noite, em outra decisão, o Tribunal Superior Eleitoral, por 5 votos a favor e 2 contra, voltou atrás e manteve ação do PSDB que pede a impugnação do mandato da presidenta Dilma e do vice Michel Temer. Ambos são acusados por suposto abuso de poder político e econômico na eleição de 2014. A ação tinha sido arquivada.

Hoje, o plenário do TCU avaliará se o governo cumpriu as regras na gestão dos recursos públicos. Segundo o TCU, bancos como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil financiaram programas como o Bolsa-Família e o seguro-desemprego com repasses de R$ 40 bilhões entre 2012 e 2014, desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Numa tentativa de adiar o julgamento, o governo pediu o afastamento do relator Augusto Nardes alegando parcialidade do ministro. Antes da votação das ‘pedaladas’, o plenário da Corte irá decidir sobre o afastamento de Nardes, e deve optar pela manutenção do relator.

Os principais líderes da oposição se reuniram ontem com o presidente do TCU, Aroldo Cedraz. Os parlamentares esperam que a rejeição das contas possa endossar o pedido de impeachment da presidenta. Em nota, a bancada do PT na Câmara voltou a disparar contra o Nardes. “É inconcebível que um ministro do TCU use o cargo para fazer política, afinado com a oposição que se recusa a aceitar os resultados das urnas e tenta utilizar a Corte com fins golpistas”, diz trecho do texto.

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