Rio - O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil e único fugitivo do Mensalão, Henrique Pizzolato, finalmente chegou nesta sexta-feira ao Complexo da Papuda, em Brasília, para cumprir restante da sentença de 12 anos e 7 meses de prisão à qual foi condenado no processo do Mensalão. E Pizzolao estará em ‘boa’ companhia.
O subsecretário do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, João Lossio, disse que o ex-diretor do BB dividirá a cela com outros dois presos – Elton Antonio dos Santos, condenado por estupro e violência doméstica, e José Carlos Alves dos Santos, ex-assessor do Senado que cumpriu pena pela morte da esposa e foi condenado pelo chamado escândalo dos anões do Orçamento nos anos 1990.
Na mesma ala, está Ramon Hollerbach, outro dos condenados no julgamento do Mensalão. Dividem a cela com Hollerbach o ex-deputado Natan Donadon e um preso condenado por estupro. No total, a ala tem 27 presos (91 no bloco 5), informou Lossio. Outra má notícia para Pizzolato é que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse ontem que o Ministério Público Federal vai cobrar R$ 170 mil dele pelos gastos do órgão com sua extradição da Itália.
Segundo Janot, as despesas se referem a viagens, tradução de documentos, e três vídeos realizados na penitenciária da Papuda, em Brasília, e em dois presídios de Santa Catarina para demonstrar às autoridades italianas que Pizzolato, como cidadão italiano, teria tratamento digno nas prisões brasileiras. Outra iniciativa do MPF, segundo Janot, será a repatriação de 113 mil euros (cerca de R$ 496 mil) apreendidos com Pizzolato na Itália.
E não para por aí. o Ministério Público Federal quer apresentar denúncia contra Pizzolato junto à Justiça brasileira pelos crimes de lavagem de dinheiro, no Rio de Janeiro, e uso de documento falso em Santa Catarina. Pizzolato fugiu do Brasil em setembro de 2013 com destino à Itália. Ele usou documentos de um irmão mor, foi preso na Itália, na casa de um sobrinho com a mulher.