Por felipe.martins

Rio - Cinco dias depois do rompimento das barragens de rejeito da mineradora Samarco em Mariana (MG), o desastre ambiental registrava três mortos e 28 desaparecidos, mas a estatística deve piorar. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, disse neste domingo que diminui a chance de achar sobreviventes: “Não quero tirar a esperança de ninguém, pode ser que a gente consiga achar alguém com vida ainda, mas à medida que o tempo vai passando a esperança vai diminuindo”.

O rompimento destruiu casas e deixou mais de 500 desabrigados.Dos 28 desaparecidos, 13 são funcionários de empresas que prestam serviços à Samarco e 15, moradores da região, entre eles, um bebê de três meses e um homem de 70 anos. A causa do rompimento das duas barragens, segundo o governador, ainda não foi esclarecida. A barragem de Fundão, ressaltou, estava licenciada e não apresentava nenhuma falha aparente. Pimentelreconheceu que é preciso melhorar os protocolos de emergência, com a exigência dos alarmes sonoros que, lembrou, não são obrigatórios de acordo com a legislação vigente.

Buscas por sobreviventes nas áreas afetadas pela lama seguem 24hEFE / ANTÔNIO LACERDA

A enxurrada de lama avançou para outros municípios, aumentando o temor de provável desabastecimento de água potável. Segundo boletim divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil, o primeiro indício da mudança do nível do Rio Doce na estação de monitoramento de Governador Valadares (MG) foi verificado às 11h30. A próxima estação de monitoramento a ser atingida pela onda de cheia é Tumiritinga (MG), a 400 quilômetros de Bento Rodrigues. Esta onda de cheia, porém, não deverá causar enchentes nos municípios que ficam nas margens do rio.

O ambientalista Sérgio Ricardo disse que esta é uma “tragédia anunciada” já que é de conhecimento da Agência Nacional das Águas (ANA), do Ministério do Meio Ambiente e dos governos estaduais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro que no território mineiro existem cerca de 600 barragens de rejeitos e resíduos industriais e minerários classificadas como de ‘Alto Risco Ambiental Associado’. Ele ficou de apresentar hoje aos ministérios públicos federal e estadual e à Defensoria Pública da União uma representação solicitando apurar as responsabilidades legais, civis e criminais.

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, de 35 anos, foi internado ontem de manhã com suspeita de princípio de infarto, confirmada no exame de eletrocardiograma. O estado de saúde dele era estável.

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