Por luis.araujo
Belo Horizonte - Responsável pelas duas barragens que se romperam no dia 5 de novembro, em Mariana, a empresa de mineração Samarco assinou nesta segunda-feira um termo de compromisso preliminar com o Ministério Público de Minas e o Ministério Público Federal pelo qual se compromete a disponibilizar R$ 1 bilhão para garantir custeio de medidas preventivas emergenciais e reparadoras decorrentes do acidente.
Pelos termos do acordo, nos dez primeiros dias, a empresa vai disponibilizar metade do valor e, em 30 dias, os outros R$ 500 milhões. O valor, no entanto, pode subir após esse período. A Samarco também terá que apresentar laudos mensais comprovando que os valores foram gastos exclusivamente em medidas de prevenção, reparação e compensação dos danos ambientais ou socioambientais decorrentes do rompimento da barragem. Os gastos serão monitorados por uma empresa de auditoria independente escolhida pelos ministérios públicos.
O rompimento de duas barragens em Mariana provocou um mar de lama que afetou nove municípios de Minas Efe

Além de devastar o subdistrito de Bento Rodrigues, o rejeito de minério da barragem da Samarco, mineradora que pertence à brasileira Vale e à anglo-australiana BHP, causou destruição em comunidades vizinhas e poluiu o rio Doce, afetando ao menos nove municípios mineiros. Ontem, a mancha de lama estava próxima à cidade de Baixo Guandu, no Espírito Santo. A cidade interrompeu a captação de água do rio.

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Mar de lama na porta da Vale
Cerca de 500 pessoas fizeram um protesto contra a companhia Vale, que junto com a anglo-australiana BHP Billiton, é dona da Samarco. Os manifestantes caminharam pela Avenida Graça Aranha até a porta da sede da empresa, no Centro do Rio. Não foram registrados tumultos.
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Um grupo encenou uma onda de lama para representar o que ocorreu após o rompimento das barragens. O reservatório continha lama com resíduos poluentes de mineração que invadiu o rio. Alguns manifestantes levaram galões de lama e sujaram a parede do prédio da mineradora.
Diversos cartazes faziam trocadilhos com o nome da empresa. Frases como ‘Vale nada’ e ‘Quanto Vale a vida?’ eram alguns deles. O protesto foi convocado pelo Facebook com a chamada “Não foi acidente” e registrou mais de 30 mil confirmações de presença online.