Por luis.araujo
Brasília - Dois policiais civis foram presos, em frente ao Congresso Nacional, depois de dispararem tiros durante a Marcha das Mulheres Negras. Um deles integra o grupo pró-impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que está acampado na Esplanada dos Ministérios, há mais de um mês. O grupo também defende a volta dos militares ao poder. Durante o tumulto, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi atingido com gás de pimenta, caiu no chão e precisou de socorro médico.
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Segundo a Polícia Militar, um dos policiais civis preso é Marcelo Penha, 42 anos, do Maranhão. Ele foi detido em flagrante depois de dar quatro tiros para o alto. Na última sexta-feira, Marcelo já havia sido levado para a delegacia por portar arma em meio ao protesto dos estudantes. O outro homem preso é um policial civil do Distrito Federal, que teria dado três tiros. Ambos os policiais foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil do DF.
Manifestantes acampados no gramado do Congresso Nacional e integrantes da Marcha das Mulheres Negras entram em confrontoMarcello Casal / Agência Brasil

Participante da Marcha das Mulheres Negras, Janete Rocha Pietá conta que viu quando um homem deu um tiro em direção à marcha, que seguia rumo ao Palácio do Planalto, onde o grupo foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff. Segundo Janete, ele deu o tiro e correu em direção às barracas dos manifestantes pró-impeachment que estão acampados em frente ao Congresso Nacional. Para ela, foi um ato de preconceito racial.

“Isso aconteceu por preconceito. Nunca tinha acontecido antes de darem tiros em manifestantes no Congresso. Esse disparo foi feito contra nós por sermos mulheres negras”, disse Janete.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Pimenta participava da marcha e foi atingido por gás de pimenta disparado por policiais militares, que tentavam conter o tumulto. o deputado foi atendido no serviço médico da Câmara. Cerca de dez mil pessoas participaram da marcha na Esplanada, segundo a Polícia Militar.