O nome de Dirceu surgiu nas delações premiadas de lobistas Milton Pascowitch e Júlio Camargo. O ex-ministro explicou a Moro que seu nome foi usado na Petrobras e negou ter recebido propinas de contratos da estatal. “Não recebi comissionamento nem autorizei ninguém a falar em meu nome na Petrobras. Usaram meu nome lá, o que é estranho.”
Dirceu explicou seu trabalho. “Dei consultoria a 60 empresas. Os meus clientes me ouviam para saber de economia, política, mercado”, detalhou a Moro. O ex-ministro admitiu ter recebido R$ 40 milhões, mas que tinha “muitas despesas”. “Ganho o que ganha um advogado, uns R$ 60 mil.”
Dirceu também negou ter indicado o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, como ordem do PT, para o cargo. Segundo ele, todas as indicações feitas pelo primeiro escalão do governo passavam pela Casa Civil, que analisava critérios como antecedentes, competência e história política. Dirceu cita o PSDB como parte da indicação, mas não citou nomes nem detalhou o caso. Os tucanos negam.
O juiz federal Sergio Moro afirmou que advogados que atuam na Lava Jato abusam do direito de defesa. A crítica está na sentença na qual condenou Jorge Zelada (leia abaixo). De acordo com o juiz, os advogados apresentam inúmeros pedidos de produção de prova para atrasar o fim da ação penal.
O juiz Sergio Moro condenou o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada a 12 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrução passiva e lavagem de dinheiro, além de multa. Zelada foi condenado por corrupção passiva “pelo recebimento de vantagem indevida no contrato entre a Petrobras e a empresa Vantage Drilling para fornecimento do navio-sonda Titanium Explorer” e por lavagem de dinheiro “pela ocultação e dissimulação do produto do crime de corrupção em contas secretas no exterior”.