Por bferreira

Rio - A redução das tarifas de ônibus anunciada no mês passado por pressão das manifestações populares em várias cidades do país refletiu na prévia da inflação de julho. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) apresentou variação de 0,07% na segunda estimativa do mês. O resultado, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indica queda de 0,16 ponto percentual em relação à taxa registrada no período anterior, que ficou em 0,23%. O destaque foi o grupo Transportes, que recuou de -0,01% para -0,44%.

O efeito da redução da passagem de ônibus no IPC-S é um fato, afirma André Braz, economista da FGV. “Isso vai influenciar na desaceleração ao longo de todo o mês de julho”. A orientação do especialista é juntar os R$ 0, 20 obtidos com a redução de cada passagem para usar em algum item de consumo.

“Sobra mais para outros produtos, principalmente em serviços, para quem faz atividades fora de casa, como lavar carro, almoçar ou lanchar na rua”, sugere.

O universitário Leonardo Forjan, de 18 anos, agradece a queda dos preços. Com isso, acaba a confusão para pagar a passagem de ônibus e ainda sobra algum trocado. “Precisava ficar contando moedinhas para entregar o valor certo, pois o trocador nunca tinha R$ 0,05 de troco”, lembra.

No IPC-S, Alimentação (de -0,08% para -0,23%) e Habitação (de 0,56% para 0,49%), também recuaram. Com aumento na produção, até o tomate (Hortaliças e Legumes) pesou menos e também caiu: de -7,06% para -8,89%. Vale checar o resultado completo do índice em: http://goo.gl/hzvTp.

Trocado pode servir até para poupar

Com a passagem saindo de R$ 2,95 para R$ 2,75, os R$ 0,20 podem ser usados até para poupar. Acontece que essas moedinhas que sobram, acumuladas ao longo do mês, ajudam a pagar cinema, um programa familiar ou para atividades do dia a dia.

Quem observa isso é Bruno Maletta, especialista da Consumoteca. “Cada pessoa vai encontrar uma solução. A recomendação inicial é guardar aos poucos. Os R$ 0,20 podem ser usados para o que pesa um pouco mais no bolso. Ou até um lanche, almoço, uma revista ”, sugere.

Para o antropólogo Michel Alcoforado, o brasileiro tem que voltar à cultura das moedinhas: “Nada de ‘bala de troco’. O certo é valorizar”.

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