Por bferreira

Rio - A alta do dólar vai deixar o Dia das Crianças 6% mais caro este ano. Como grande parte dos brinquedos é importada ou licenciada, a valorização da moeda vai influenciar diretamente nos preços dos presentes. A ceia de Natal também será afetada e deve subir mais 10%.

Para economizar com os presentes no Dia das Crianças%2C a dica é investir em produtos nacionais ou antecipar as compras dos importadosAgência O Dia

Presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synesio Costa explica que com os produtos importados mais caros, a procura pelos nacionais deve aumentar. “A expectativa é de 55% das vendas de brinquedos nacionais e 45% importados. Ano passado, a proporção foi de 50%”. De acordo com ele, se a moeda permanecer nessa faixa, os presentes importados devem ter aumento de preço de 6%.

Para quem quer comprar produtos do exterior, a dica é se antecipar. Marco Quintarelli, consultor do Grupo Azo, afirma que os brinquedos que estão no mercado ainda não tiveram os preços reajustados, mas quem deixar para outubro vai pagar mais caro. “Ainda é possível encontrar opções na internet com bons preços”, avisa.

NATAL MAIS SALGADO

Fundamentais nas ceias de fim de ano, o vinho, o azeite e o bacalhau já sentem a alta do dólar. Segundo Aylton Fornari, presidente da Associação de Supermercados do Rio (Asserj), se a elevação se mantiver, a ceia pode ficar até 10% mais cara. “A expectativa dos supermercados é saber se compram agora ou esperam para ver se o dólar vai baixar. Se a moeda não cair em 30 dias, o consumidor vai pagar mais pelos importados”.

Segundo Marcelo Torto, analista da Ativa Corretora, a tendência do dólar é de valorização moderada. “O Banco Central tem recursos para segurar a alta, então a moeda não deve disparar. Este ano, o dólar não deve passar de R$2,40 porque afetaria muito a inflação”, avalia. Após cinco altas consecutivas, a moeda fechou ontem em queda de 0,61%, a R$ 2,28.

Índice de preços ao consumidor recua

O Índice de Preços ao Consumidor — Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou em seis das sete capitais pesquisadas na quarta quadrissemana de julho em relação à terceira.

Isso significa que o consumidor pagou menos pelos produtos no Rio de Janeiro, além de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo. Recife foi a única capital em que o IPC-S avançou. No geral, o índice registrou variação negativa de 0,17% no mês.

Café da manhã também sobe

Até o preço do café da manhã subiu por conta do dólar. Como 50% do trigo no Brasil é importado, a valorização da moeda reflete no valor do pão francês, item fundamental na mesa dos cariocas. Além disso, a decisão do governo argentino de suspender as exportações do cereal também são um fator para esse aumento.

Segundo André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), nos últimos 12 meses até maio houve alta de 7,36% no preço do pão. “Na última semana de junho o aumento praticamente triplicou e julho ainda sentiu o impacto”, disse. A Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) informou que a alta do dólar impactou em cerca de 10% no preço da farinha de trigo.

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