Por adriano.araujo

Rio - As ações cotadas abaixo de R$ 1 serão excluídas da Bolsa de Valores. A medida foi anunciada nesta quinta-feira pelo presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. Ele comunicou ao mercado as alterações na metodologia usada para calcular o índice de correção dos papéis. A necessidade de reforma teve seu ápice com o episódio recente envolvendo a OGX, de Eike Batista, que chegou a ter ação valendo apenas R$ 0,30. A companhia, que figurou entre as maiores, possui, hoje, valor de mercado em R$ 540 milhões.

Analista da XP Investimentos, Richard Cole afirmou que a alteração não torna a bolsa mais atrativa ao pequeno investidor. Ele ressaltou que a medida beneficia os fundos de investimentos e, principalmente, investidores com perfil mais passivo, ou seja, aqueles que não gostam de correr grandes riscos.

Em nota, a BM&FBovespa informou que em 2005 lançou o Bovespa Mais, direcionado à pequena empresa, que necessita captar recursos para se financiar, cujo diferencial é permitir que estes, ao serem listados, disponham de até sete anos para ter 25% do capital social em circulação no mercado de capitais brasileiro.

Cálculos serão com base no modelo antigo e novo de janeiro a abril. Mudança vigora somente em maio de 2014ABr

?Não caiu no gosto

Porém, o Bovespa Mais não caiu no gosto dos pequenos. Atualmente, são seis as empresas</IP> listadas, sendo Nutriplant, desde 2008, captando R$ 20,7 milhões; a Desenvix Energias Renováveis, desde 2011; a Senior Solution, desde 2012, com IPO de R$62,1 milhões; a Nortec Química, desde 2013; a Companhia de Águas do Brasil, desde 2013; e a Altus Sistemas de Automação, desde 2013.
Cole, da XP, frisou que a novidade deve cativar os estrangeiros. “A alteração torna o índice mais confiável”, disse, explicando que investidores de fora, temerosos em aplicar em empresas nacionais por medo da instabilidade jurídica, podem ser atraídos pela segurança que a nova metodologia oferece ao mercado.

Ponderação

Presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto esclareceu que a nova forma de ponderação na Bolsa passa a ser feita pela flutuação livre com limite de liquidez sobre o índice de negociabilidade (IN) de duas vezes. No Novo Mercado são 130 empresas.

Critérios

O presidente frisou que haverá critérios de inclusão e exclusão da carteira e normas de acesso e permanência em caso de suspensão da negociação das ações, além do limite de participação por empresa, entre outras medidas não menos importantes para o mercado.

Alinhada

“Com as novidades, a BM&FBovespa alinha a metodologia do seu principal índice com o que é praticado em outros países e adapta o Ibovespa ao cenário atual do mercado de capitais brasileiro, além de torná-lo mais robusto para o crescimento futuro”, disse o presidente.

Agosto entrou para a história

O volume financeiro total no segmento da Bovespa atingiu recorde histórico de R$ 187,09 bilhões, em agosto, ante R$ 132,69 bilhões no mês anterior. A média diária foi de R$ 8,50 bilhões contra R$ 6,03 bilhões.

O total de negócios ficou acima de 21 milhões em agosto, configurando novo recorde histórico. A média diária de negócios foi de 988.031 mil papéis. Vale, Petrobras, e Itaú Unibanco foram as principais ações registradas no mês.

Nesta quinta-feira, o Ibovespa fechou cotado a -0,49% em 53.307,09 pontos.

Twitter vai lançar ação na bolsa

O Twitter entrou com pedido de registro para sua aguardada oferta inicial de ações junto à SEC, órgão que fiscaliza o mercado financeiro nos Estados Unidos, sendo o mais esperado do setor de tecnologia. O segmento espera que o microblog lance ações na Bolsa no começo do ano que vem.

Enquanto isto no Brasil, os investidores estrangeiros lideraram a movimentação financeira no segmento Bovespa em agosto, com participação de 42,09% ante 44,87%, em julho. Na segunda posição, ficaram os investidores institucionais, que tiveram participação de 34,25%, ante 31,86% em julho.

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