Por thiago.antunes
Rio - A Nissan fabricará motores no Brasil. O anúncio foi feito ontem pelo presidente mundial da montadora, o brasileiro Carlos Ghosn, em visita às obras da nova unidade da empresa em Resende. Serão investidos R$ 140 milhões na fábrica de motores, que vai abrir 200 empregos diretos. A previsão é que a unidade entre em funcionamento junto com a planta completa, no primeiro semestre deste ano. “Vamos produzir o motor 1.6 16v flexfuel. Já teremos mais de 50% de nacionalização no primeiro ano, depois isso aumenta”, disse Ghosn.
A montadora deve fechar 2013 com 2,2% do mercado brasileiro e a meta é chegar a 5% até 2017. “A prioridade é não só aumento de produção rápido, mas com qualidade de produto”, ressaltou. No total, a Nissan investirá R$ 2,6 bilhões — de recursos próprios — em Resende, que produzirá os modelos utilitários March e Versa, hoje importados da fábrica de Águas Caliente, no México. A prioridade será abastecer o mercado brasileiro e a capacidade de produção é de 200 mil carros por ano. “A construção está muito bem, temos 1,5 mil funcionários em treinamento. Devemos ter mais de dois mil no segundo semestre. A prioridade é o Brasil”, completou.
Para Ghosn%2C a queda das vendas de automóveis registrada em 2013%2C preocupa%2C mas não assustaDivulgação

Segundo Ghosn, a participação de carros importados do México vai diminuir ao longo dos anos e não há ainda intenção de fabricar mais modelos no país. No ano passado, dos 80 mil carros vendidos, 50 mil vieram de lá. Já as pick ups Frontier e Livina — essa em três versões: Livina, Gran Livina e X-Gear — continuam a ser produzidas na fábrica que a empresa divide com a Renault em São José dos Pinhais, no Paraná. Ano passado, foram fabricadas 29 mil unidades. Repetir a parceria com a Renault, no entanto, não está nos planos para a nova planta.

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O executivo, acrescentou que com a parceria a meta é ter 10% do mercado nacional no segmento. Perguntado sobre a produção de carros elétricos no Brasil, Ghosn ressaltou que não há ainda a intenção de fabricá-los aqui. A empresa vende em média 3 mil carros elétricos por mês nos EUA.
“Dependemos da implantação de infraestrutura. Não estamos interessados em produção de nicho, queremos escala”, ressaltou. Para Ghosn, a queda das vendas de automóveis registrada em 2013, preocupa, mas não assusta. “Nossa conclusão é de que ela é provisória. O potencial do mercado está intacto.
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Reportagem de Gabriela Murno