Por thiago.antunes

Rio - Em assembleia com mais de 20 mil pessoas, de acordo com o sindicato, ontem em Itaboraí, decidiu manter a greve dos operários que trabalham na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que completa nesta terça-feira 35 dias. Na quarta, o movimento volta a se reunir, às 7h, no trevo da Reta, um dos acessos ao complexo, para nova avaliação.

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Plano da Construção, Montagem e Manutenção de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom) informou que tentará nesta terça nova negociação com o sindicato patronal para saber se há uma contraproposta aos 11,5% reivindicados pela categoria. Os patrões, segundo os trabalhadores, oferecem 7%.

O prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo (PMDB), disse que terá um encontro com representantes da Petrobras, na quinta-feira, para solicitar intervenção da estatal nas negociações. Já a companhia informou, em nota, que não comentaria a possibilidade de intervir no movimento grevista e não confirmou o encontro.

Categoria rejeitou novamente proposta de 9% de reajuste salarialDivulgação

Na assembleia, os trabalhadores rejeitaram nova tentativa do sindicato de aprovar os 9% de aumento proposto pelo Ministério Público do Trabalho, em audiência de conciliação ocorrida dia 19 de fevereiro. 

“A categoria recusou por unanimidade. Até porque esta proposta já havia sido recusada anteriormente. O Sinticom também propôs que nós, trabalhadores, teríamos que arcar com a metade dos dias úteis não trabalhados. Isso é inaceitável”, disse Miguel Frunzen, da comissão de empregados do Comperj, eleita por trabalhadores contrários a atuação do Sinticom. Segundo ele, enquanto o sindicato não buscar uma negociação que, de fato, favoreça os operários, a greve não acaba. 

Multa já chega a R$ 130 mil

No dia 27 de fevereiro, o TRT/RJ considerou a greve abusiva, sob multa diária de R$ 10 mil para o Sinticom. Até amanhã, serão 13 dias de ilegalidade, gerando R$ 130 mil de penalidade. Em nota, o sindicato informa que os patrões foram à Justiça para impedir a luta dos trabalhadores. 

Na proposta do Sinticom consta ainda pagamento da Participação nos Lucros e Resultado (PLR) e inclusão de mais 17 funções na tabela dos pisos salariais, entre outras.

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