Por bferreira

Rio - As despesas com Educação foram as que mais pesaram na inflação de fevereiro. Esse grupo teve alta de 5,97% no país e 11,72% no Rio, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA teve variação de 0,69% no período e ficou acima da taxa de 0,55% registrada em janeiro, um aumento de 0,14 ponto percentual.

A médica Ivy Saar pagou mais de 10% de reajuste na mensalidade escolar de seu filho de 7 anosUanderson Fernandes / Agência O Dia

“Esse crescimento se deve basicamente à concentração do reajuste das mensalidades escolares, que é apropriado no mês de fevereiro”, explicou Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Os cursos regulares subiram 7,64% e constituíram-se no item de maior impacto individual no mês, com 0,22 ponto percentual. Nas mensalidades de cursos diversos, como idioma e informática, por exemplo, a variação foi de 5,95%.

Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio), Edgar Flexa Ribeiro esclarece que o reajuste geralmente é fixado em dezembro, mas o novo valor só passa a valer em fevereiro. A forma de aplicar o aumento, no entanto, varia de acordo com a política de cada escola.

A médica Ivy Saar, de 27 anos, tem um filho de 7 na escola, no segundo ano do Ensino Fundamental. Ela paga atualmente R$ 3.200 de mensalidade, sendo que ano passado era R$ 2.900. “Acho extremamente caro, mas não tenho como fugir dessa despesa”, afirma.

A economista Fabiana Weber, 39, também discorda do valor cobrado pelas escolas. Ela tem dois filhos e paga R$ 5 mil por mês pela educação das crianças. “Faço um esforço para pagar, deixando de viajar e cortando gastos. Mesmo na rede particular a demanda está muito grande. No colégio da minha filha, apenas 40 vagas estavam disponíveis para 400 crianças”, diz.
Para minimizar a despesa, vale a pena negociar com a diretoria preços mais baixos. “Os pais podem alegar que têm mais de um filho no colégio ou ainda se oferecer para pagar o semestre ou o ano de uma só vez, pedindo desconto”, sugere Edgar.

No Rio, O DIA apurou variação de 8% a 10% no valor das mensalidades do início do ano. “A participação das despesas com a Previdência é infinitamente maior nas escolas, do que nas outras empresas. Cerca de 60% do faturamento dos colégios é gasto com salário e seguridade social. O reajuste precisa ser suficiente para arcar com essas despesas”, justifica o presidente do Sinepe.

Leite ficou mais barato

O grupo Alimentação apresentou um resultado inesperado e recuou de 0,84% em janeiro para 0,56% em fevereiro. O leite longa vida, por exemplo, ficou 3,65% mais barato. Mas hortaliças e verduras tiveram aumento de 11,42%, seguidas do tomate, que ficou 10,70% mais caro.
“Itens importantes na cesta básica tiveram pressão de alta, em função da seca que afetou as lavouras e fez com que os preços subissem significativamente, como é o caso das hortaliças, das frutas e do próprio tomate, que são sensíveis ao clima”, explicou Eulina Nunes, do IBGE.

Ela destaca que outros itens também apresentaram resultados elevados, sob efeito do dólar, a exemplo dos eletrodomésticos, que tiveram aumento de 1,78% nos preços.

No caso da energia elétrica, as contas ficaram mais caras no Rio (3,55%), consequência de aumento ocorrido na parcela relativa ao PIS/Pasep/Cofins.

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