Por bferreira

Rio - Os 27 mil operários da construção pesada voltam hoje ao trabalho, após encerrar ontem uma greve de mais de uma semana. Com isso, serão retomadas sete grandes obras de infraestrutura e de mobilidade na Cidade do Rio, que estavam paradas desde o dia 7. Ficou acertado 9% de reajuste salarial, R$310 de cesta básica e reposição dos seis dias úteis parados.

Um acordo entre patrões e empregados foi selado, na tarde de ontem, em audiência de conciliação na Seção Especializada em Dissídios Coletivos do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ). Hoje, às 13h30, a paralisação das obras do Parque Olímpico Rio 2016, que já duram 13 dias, também pode terminar caso as partes cheguem a um consenso em nova reunião no TRT.

Ainda ontem à noite, já haviam voltado às atividades operários que atuam no período noturno em obras como a Transcarioca e a Transmodal. Retornam hoje os trabalhadores das obras do Porto Maravilha, do Metrô Linha 4, da Transolímpica e da reforma do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp), Nilson Duarte ficou satisfeito com o resultado. “No balanço geral foi positivo o acordo para os trabalhadores. Lógico que queríamos 10% de aumento e não 9%. Porém, a correção da cesta básica compensou um pouco nossa perda, pois queríamos R$300 e acabamos fechando em R$ 310”, avalia.

Presidente-executivo do Sindicato Nacional da Industria de Construção Pesada (Sinicon), Rodolpho Tourinho também aprovou o acordo. “Finalmente os dois lados se entenderam antes que afetasse o cronograma das obras”, disse.

Também ficou acordado que o Sinicon desistirá da ação cautelar, obtida por liminar no fim de semana, que determinava contingente mínimo de 30% do efetivo de cada empresa, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

Maracanã e aeroportos correm risco de ficar sem segurança para a Copa

O Estádio do Maracanã e os aeroportos do Rio – Antônio Carlos Jobim e Santos Dumont – correm o risco de ficar sem segurança na Copa do Mundo se os vigilantes privados cumprirem a promessa de parar no próximo dia 24. A partir de amanhã, a categoria promete fazer paralisações diárias nesses locais até quarta-feira, dia 23.

A decisão foi tomada ontem pela manhã em assembleia, na Candelária. O trânsito na Avenida Rio Branco e de ruas próximas ficou complicado em função de uma caminhada dos trabalhadores até a Superintendência Regional do Trabalho, na Rua Antônio Carlos, no Castelo.

Cerca de 26 mil vigilantes podem cruzar os braços. Na última rodada de negociações, ocorrida dia 9 no TRT, os proprietários das empresas de segurança rejeitaram a proposta dos agentes de segurança privada de 10% de reajuste, jornada semanal de 44 horas semanais, desconto do tíquete refeição de 20% para 5%, plano de saúde para o vigilante e seus dependentes e aumento do tíquete refeição para R$ 20,52.

“Não podemos aceitar a contraproposta dos patrões de 7% de reajuste com o tíquete passando de R$ 11 para R$ 13”, diz Antônio Carlos Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio (SindVigRio). “Somos a segunda maior economia do país e temos o maior custo de vida. Achamos justas as nossas reivindicações”, acrescentou Oliveira.

Procurada pelo DIA, a direção do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Rio de Janeiro (Sindesp-RJ) não se pronunciou até o fechamento desta edição.

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