Rio - Um assassinato ocorrido em Guarujá, no último sábado, merece atenção por parte de quem usa redes sociais — ou seja, todos nós. Trata-se do caso de Fabiane de Jesus, de 33 anos. Baseado em denúncias anônimas turbinadas via Facebook, um grupo de moradores espancou-a e arrastou-a pelas ruas, provocando sua morte. Claro que a ação foi fotografada e filmada pelos ‘curiosos’. As cenas são brutais, me lembrando execuções cruéis em países distantes... Mas Fabiane era inocente da acusação de sequestro e morte de crianças. E mesmo que fosse culpada, não seria esse o caminho para a Justiça.
O caso mostra que não podemos mais acreditar piamente em tudo o que se lê na internet, no Facebook, no Twitter, o diabo a quatro. A era da inocência já acabou. A isenção está longe de ser a norma, e a verdade é cada vez mais relativa. A interpretação equivocada dos fatos tende a dar problemas.

A culpa está longe de ser do Facebook. Pensar isso seria como culpar uma operadora de celular por alguma conversa entre traficantes. Por mais que todos tenham o direito de se falar e escrever o que pensam, a intermediação responsável é imprescindível. Quando a desinformação e a ignorância entram em jogo, um grupo pode ser alvo de manobras com bastante facilidade. O alerta vale especialmente porque estamos em ano de eleições, e muito em breve a guerra política de baixo nível vai começar a pipocar na rede.
Dura a vida da bailarina
Que a organização da Copa é vergonhosa ninguém duvida. Mas chama atenção a defensiva do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que já está ‘alertando’: torcedores terão muita dificuldade na hora de usar internet em pelo menos seis dos doze estádios onde haverá jogos. É curioso que o ministro se comporte como se fosse um espectador distante, e não parte fundamental para a realização do campeonato. Mas o mais importante é que o uso pesado de internet via smartphones durante as partidas poderia prejudicar os contratos bilionários com as redes de TV e sites de todo o mundo. Aí é que está o busílis. Bloqueando-se o Wi-Fi, a Fifa consegue empurrar para a próxima Copa a concorrência com a transmissão online das arquibancadas. E aí a coisa começa a fazer sentido...
Por um Rio melhor
O projeto Cidadão 10 foi escolhido o melhor aplicativo pelo Desafio Rio APPs, criado pela prefeitura. O sistema usa as redes sociais para promover ações de cidadania. Os R$ 30 mil do prêmio serão investidos na plataforma mobile do aplicativo, que foi desenvolvido dentro do Programa de inovação do Instituto Gênesis da PUC-Rio, o Synapse-Inova. Vale conhecer o Cidadão 10 em www.cidadao10.com.br/.