Por bferreira

Rio - Cada vez mais cedo, as crianças têm adquirido hábitos consumistas, principalmente quando se tratam de novidades tecnológicas. Por isso, é importante que os pais imponham limites não apenas para o comportamento dos filhos, mas também para a forma como eles lidam com o dinheiro.

Isso pode ser feito de várias formas, por meio da instituição de uma mesada ou até mesmo de lições e exemplos ao longo do dia.

Se, por um lado, a Educação Financeira incentiva os pequenos a economizar desde cedo, por outro, ajuda a criança a administrar sua própria vida. Assim, quando entrar na fase adulta, o indivíduo já estará preparado para enfrentar problemas e situações relacionados ao dinheiro. Abaixo, saiba mais sobre o assunto.

Por Jair Abreu Júnior

PERGUNTA E RESPOSTA

“Tenho dois filhos, de 4 e 6 anos, que já são muito consumistas. Devo trabalhar conceitos de Educação Financeira com eles desde cedo?”

Cecília, Barra da Tijuca

Olá, Cecília. Ainda é muito comum encontrarmos pais que acreditam que dinheiro não é assunto de criança. A maioria acredita que elas só devem se preocupar com os estudos, uma vez que, em consequência, serão adultos bem sucedidos com excelentes empregos. E ponto final.

Educação Financeira não significa ensinar seu filho a simplesmente economizar, mas também ter a noção correta de como usar da melhor forma o dinheiro, visando maior qualidade de vida. Quando o indivíduo tem as finanças em ordem, enfrenta melhor as adversidades, e isso ajuda não só na vida financeira, mas também familiar.

Ao ensinar uma criança a lidar com dinheiro desde cedo, esperamos que na fase adulta, a mesma tenha maiores chances de aprender a administrar seu salário e sua vida. Além disso, deve saber economizar dinheiro para comprar e/ou poupar com mais facilidade.

Nos países mais desenvolvidos, a Educação Financeira dos pequenos cabe às famílias. As escolas têm a função de reforçar essa formação obtida em casa. No Brasil, ainda há muito o que se fazer, pois o ensino sobre a administração dos recursos financeiros não está presente nem no núcleo familiar, tampouco nas escolas, com a ênfase necessária.

Uma das razões disso seria o fato do Brasil ter passado por várias mudanças de moeda, ao longo dos anos. A instabilidade econômica, por muitos anos, fez parte da vida dos brasileiros e boa parcela ainda permanece afetado por esse período.

Na época de economia sufocada pela inflação, qualquer tentativa de planejamento financeiro tinha resultados desanimadores, uma vez que era muito difícil manter as previsões de receitas e gastos no dia a dia: de manhã o preço era um e, à noite, já era outro. Conclusivamente e em decorrência desses fatos, tratar do assunto nos dias de hoje é importantíssimo. O quanto antes melhor. Boa sorte!

Jair Abreu Júnior é coordenador em Gestão Financeira da Universidade Estácio de Sá

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