Por felipe.martins

Rio - Telão, aperitivos, bolão e muitos gritos de gol. É assim que diversas empresas do Rio pretendem fazer o expediente em dias de jogos da Seleção Brasileira no Mundial. Mas, embora a prática seja positiva para a integração da equipe, é importante que os colaboradores não confundam o ambiente de trabalho com mesa do bar.

Ser torcedor sem deixar de ser profissional, essa é a dica principal do orientador pessoal Homero Reis, para os funcionários que pretendem assistir aos jogos dentro da companhia. “Estar comedido e cuidadoso é fortemente recomendado. É ter consciência de que prudência e elegância sempre fazem bem”, acrescenta.

O especialista explica ainda que fazer confraternizações desse tipo é muito saudável para o ambiente de trabalho e que limites devem ser impostos, primeiramente, pelos coordenadores. Com as regras postas na mesa, é hora de começar o jogo. Nesse momento, explica Reis, “o funcionário deve conhecer as orientações da empresa sobre o sistema de funcionamento e cumpri-las, sem tentar enganar o chefe”, alerta.

Empresa carioca Fluxxo Comunicação vai oferecer mesa de quitutes%2C bebidas%2C decoração%2C telão e um bolão para todos darem seus palpitesErnesto Carriço / Agência O Dia

Para a diretora da Fluxxo Comunicação, Patrícia Barreto, a única falta grave é não torcer para a Seleção. “Isso sim seria ultrapassar os limites”, brinca a gestora. A empresa carioca vai oferecer mesa de quitutes, bebidas, telão e um bolão para todos apresentarem palpites. Mas ela explica que esses eventos acontecem a partir da confiança que a equipe conquistou. “Nossos funcionários são extremamente profissionais e refletem esse comportamento para todas as comemorações que fazemos durante o ano.”

O mesmo acontece na empresa de tecnologia Huge.Faltando ainda algumas semanas para o início do torneio, uma mesa de futebol de botão está armada no meio das baias de computadores. “E essa animação só aumenta”, conta o gerente de relações públicas, Daniel Oliveira. “A gente engloba de maneira natural o tema da Copa, aproveita a empolgação geral para unir e promover o sentimento de pertencimento e confraternização da equipe”, explica.

Mas ele alerta que a empresa espera a mesma empolgação pelos trabalhos. “A gente confia que os funcionários levarão essa interação e energia para os próprios projetos.”

“O CHEFE CONTINUA CHEFE”

5 MINUTOS COM:

LUCIANA BOSCHI
Psicóloga

Todos querem torcer pela Seleção e as empresas sabem muito bem disso. Mas é com equilíbrio que o patriotismo deve ser mostrado nos jogos dentro da companhia, orienta a especialista.

1. Em caso de empresas que fazem atividades dentro do local de trabalho, quais cuidados os funcionários devem ter?

— Os funcionários não podem esquecer que, apesar do clima de festa, eles estão no ambiente de trabalho.Bandeiras sim, mas cornetas e apitos somente se a empresa autorizar. Mas vale lembrar que o funcionário não está dentro do estádio e os seus colegas poderão se irritar com o excesso de barulho no local de trabalho.

2. Atitudes suspeitas durante as partidas poderiam desgastar a imagem com o chefe?

—Sem dúvida. A Copa é uma grande oportunidade para se integrar e participar junto com sua equipe. Agora, não é nada legal se passar por doente ou inventar desculpas para faltar. Isso obviamente não vai surtir efeito. O funcionário que não for trabalhar ou ir embora sem autorização pode até ser demitido por justa causa.

3. Algumas empresas compram bebida alcoólica. Como os colaboradores devem agir?

—O funcionário deve saber que a empolgação não pode sobrepor a consciência de que aquelas pessoas continuam fazendo parte do seu ambiente de trabalho e que, alcoolizado ou não, o chefe continua chefe.

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