Rio - É a primeira vez que pelo menos três diferentes gerações dividem o espaço nas empresas. O quadro é semelhante a ter avós, pais e filhos decidindo juntos: os conflitos são inevitáveis.
Os mais experientes reclamam que os mais novos não têm disciplina e são arrogantes. Por outro lado, os mais novos afirmam que os mais velhos são resistentes às mudanças e não possuem criatividade. Mas esse embate pode trazer resultados ricos, se bem gerenciado.
A ideia é que se duas pessoas pensam igual, ninguém aprende nada novo. Portanto, as diferenças entre as gerações estimulam novas soluções que inspiram inovação e evolução para todos.
Conheça as características de cada geração e veja como saber lidar melhor com esta situação.
Por Janaina Ferreira
PERGUNTA E RESPOSTA
“Tenho 56 anos, 38 de carreira e estou perto de me aposentar. Meu novo chefe tem só 27 anos, pouca experiência e não consigo me subordinar a ele. O que faço nessa situação?”
Henrique, Tijuca
Olá, Henrique! De acordo com um estudo feito pelos norte-americanos, as três gerações que dividem o espaço nas empresas são ‘baby-boomer’, geração ‘X’ e geração ‘Y’. Os ‘baby-boomers’, nascidos entre os anos de 1946 e 1964, em geral, têm profissão definida, construída em uma única empresa, e por isso rejeitam mudanças.
A geração ‘X’, dos nascidos entre 1965 e 1980, em geral,tem mais capacidade de adaptação, sacrificou-se pela dedicação ao trabalho e tem certa dificuldade com novas tecnologias.
Seu chefe faz parte da geração ‘Y’, formada pelos nascidos entre 1981 e 1999. Eles dominam as tecnologias, buscam resultados e sucesso com qualidade de vida. Em geral, têm pós-graduação, falam outro idioma e foram mais exigidos. Por isso ficam ansiosos pelo retorno, da empresa e de todos a sua volta, podendo tomar até decisões precipitadas.
A geração ‘Y’ carece da experiência das gerações anteriores, mas pode oferecer a elas a habilidade tecnológica, a flexibilidade e o entusiasmo. Por outro lado, a empresa precisa do melhor de cada geração.
Não se trata de quem está certo ou errado. Uma firma é como um corpo e as gerações são seus membros. O corpo só funciona bem com todas as suas partes: não podemos jogar fora uma perna, por exemplo.
Poucas empresas têm programas para gerenciar o conflito entre gerações, portanto o momento é oportuno para a área de Recursos Humanos atuar. Mas até isso acontecer, sugiro que você reflita sobre as qualidades do seu chefe, e sobre como você pode facilitar o dia a dia dele. Acredite, o seu também será facilitado. Se ele está no cargo, é porque a empresa acredita nele.
Não existe uma geração melhor do que a outra e no fundo não há só diferenças entre as pessoas: todas querem ser felizes e reconhecidas em seu trabalho.
Janaina Ferreira é professora do Ibmec-RJ. Amanhã, Sucesso nas Finanças.