Rio - O evento mais importante do calendário turístico do Rio de Janeiro, o Carnaval, vai ganhar uma feira para impulsionar o setor e aumentar a formalização dos trabalhadores. A Carnavália pretende movimentar R$ 10 milhões em negócios fechados em sua primeira edição, de 31 de julho a 2 de agosto, no Centro de Convenções SulAmérica.
A ideia é aproximar gestores de escola de samba e carnaval de rua dos prestadores de serviço que trabalham para a folia, como fabricantes de instrumentos musicais, fantasias e fornecedores de isopor, acetato, aramados e outros materiais usados em desfiles das escolas e de blocos cariocos. Empresas de prestação de serviço, como som, iluminação, limpeza e segurança também vão participar.
“Há muitas companhias que estão espalhadas e não têm forma de mostrar novos produtos e novas ideias. Queremos reunir no mesmo local as pessoas que vendem e as pessoas que compram”, afirma Nei Barbosa, diretor da Timbre Comunicações, uma das organizadoras da feira. Ele afirma que somente as encomendas feitas por escolas de samba para os desfiles somam cerca de R$80 milhões ao ano.
De acordo com o Ministério do Turismo, o Carnaval atraiu de 1,2 milhão de turistas em 2014 no estado do Rio, movimentando cerca de R$ 1 bilhão na economia.
Paralelamente à feira, acontecerá o Encontro Nacional do Samba (Sambacom), que discutirá, entre outros assuntos, o estímulo à formalização do setor. Apesar do alto potencial de geração de empregos, a informalidade ainda é característica da festa popular.
“Hoje, uma empresa que presta serviços de segurança tem que assinar a carteira e depois fazer a demissão dos contratados. É um custo extra muito grande para um evento que dura uma semana”, afirma Barbosa, ressaltando que não há propostas fechadas sobre o tema. “Estamos propondo uma discussão”, diz.
A própria mensuração do potencial de geração de empregos no Carnaval é difícil em função do alto índice de informalidade e pela complexidade da cadeia produtiva envolvida na data.
“Quando faço o pedido de um tecido especial para um desfile, estou gerando empregos na outra ponta, lá na fábrica. Não temos esse dado, mas queremos começar a levantar isso para o próprio poder público começar a tratar o evento como política pública”, reforça Moacyr Barreto, sócio da AMI7, organizadora da feira.