Por bferreira

Rio - Os cartões de créditos oferecidos por lojas de departamentos e supermercados apresentam benefícios, porém, devem ser usados com cautela: podem colocar em risco o orçamento pessoal. Esse tipo de serviço é cada vez mais oferecido aos consumidores, que se deixam levar pelos descontos e as facilidades de parcelamento.

No entanto, é preciso organizar muito bem as despesas para não pagar juros no fim do mês e ficar no prejuízo. A regra básica do consumo é não comprometer mais do que se pode pagar.

É recomendado evitar entrar no crédito rotativo, ou seja, pagar uma parte da cobrança e financiar a outra. Os juros desses cartões são semelhantes aos dos convencionais, inclusive os de bancos, que ultrapassam os 10% ao mês. Saiba mais abaixo.

Por Jair Abreu Júnior

PERGUNTA E RESPOSTA

“Há quatro anos tenho um cartão de loja de departamento, mas percebo que os juros aumentam muito o valor das minhas dívidas. O que é pior: usar esse cartão ou o de crédito do banco?”

Tianne, Irajá

Tianne, em termos financeiros, as diferenças entre os dois tipos de cartões não são relevantes, motivo pelo qual não vejo vantagem em você trocar o cartão de crédito da loja pelo do banco. O principal benefício do cartão de loja é a facilidade de aprovação de limites de crédito, o que pode resultar num grande perigo para a manutenção da sua saúde financeira.

É muito fácil obter esses cartões, o que os tornam uma armadilha. Além disso, a maioria das lojas oferece vantagens para quem adquire seus cartões, como descontos ou facilidades de parcelamento. Não podemos nos esquecer, no entanto, que os salários continuam os mesmos e os gastos devem estar previstos na sua capacidade de honrar e pagar os compromissos suportados pelos seus ganhos mensais.
É recomendado evitar entrar no crédito rotativo, ou seja, pagar uma parte de uma cobrança e financiar a outra, pois os juros desses cartões são semelhantes aos dos convencionais, inclusive os de bancos, que ultrapassam os 10% ao mês.

Entrar no rotativo, na maioria das vezes, pode representar grande transtorno financeiro. Por isso, o ideal é planejar os gastos em função do seu salário e constituir uma provisão em dinheiro para imprevistos. Isso é possível registrando seus compromissos no papel e analisando as reais possibilidades de compra no período.

Outra prática, também recomendada, é a tentativa de negociar com a loja no sentido de não pagar a taxa de administração do cartão.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs), os cartões passaram a oferecer crédito para as classes C,D e E, que antes não faziam parte dos meios tradicionais. Esse movimento constitui um dos motivos do crescimento do segmento no Brasil. E, consequentemente, do endividamento da população.

Jair Abreu Júnior é coordenador em Gestão Financeira da Universidade Estácio de Sá

Você pode gostar