Por bferreira

Rio - As concessionárias de automóveis estão com ofertas para financiamento de veículos. Há carros com taxa zero, sem IPI e com pagamento só para o Natal. A estratégia acontece após o governo anunciar um pacote de acesso ao crédito de R$ 25 bilhões para estimular a economia. Com isso, as marcas esperam recuperar 20% das perdas dos meses anteriores. Já os consumidores podem conseguir mais itens de série e descontos que chegam até R$ 8 mil.

Montadoras estão com os pátios lotados em função da retração das vendas no início do anoEBC

“Esse é um bom momento para adquirir um carro, até para quem não teve o crédito aprovado há pouco tempo”, afirma o diretor da Avanti Rio, Luiz Alexandre. “Acreditamos que podemos recuperar as vendas de até 20% no curto prazo”, diz.

“Os bancos vão estar mais receptivos para aprovação do crédito. Acreditamos que teremos uma alta nas vendas de 20% em relação ao mês anterior”, explica o diretor do grupo Distac Veículos, Francisco Veríssimo.

O decisão do governo de colocar mais crédito na praça é mais uma tentativa de retomar o consumo dos brasileiros, que patinou no primeiro semestre. Assim, tantos os bancos privados quanto os das próprias montadoras estarão facilitando a venda de quem quer trocar o carro velho por um novo.

No entanto, o consumidor tem que ficar atento às taxas de juros. Por isso, vale a pena percorrer mais de uma autorizada e negociar com os gerentes as facilidades de parcelamento.

Entre as ofertas da Avanti Rio está o Cruze Sedan LT, que vem com controle eletrônico de estabilidade, transmissão automática de seis marchas, airbags frontais e laterais, bancos revestidos parcialmente em couro e rodas de liga aro 17: de R$ 78.700 por por R$ 70.990.

Já o preço do Onix LT 1.0 abaixou de R$ 39.600 para para R$ 37.490. O veículo vem com ar-condicionado, direção hidráulica, airbag duplo, freios ABS, travas e vidros elétricos.

Uma das montadoras que oferece facilidades é a Volkswagen. Ela está com uma nova campanha , com juro zero e sem IPI para Fox (R$ 39.450 por R$ 36.490) e Gol (R$ 37.170 por R$33.990), ambos 1.0 com entrada de 60% e saldo em 12 vezes, até o final do mês.

O diretor geral de Marketing e Vendas da GM para a América do Sul, Edgar Lourenço, diz que os atuais veículos ganharam mais itens de série, conquistando ainda mais o consumidor.

Nas concessionárias Peugeot, quem adquirir o modelo 208 Active Pack, com motor 1.6 Flex Start, leva o veículo com câmbio automático por mais R$ 75. O carro sai por R$ 46.690 à vista ou entrada de R$ 23.34 e mais 48 parcelas de R$ 595.

Roubo faz preço do seguro de automóvel subir 20%

A alta nos índices de roubos e furtos de veículos pressiona e deixa os seguros mais caros. Há corretores que já observam aumento de 20% nos valores das apólices. O resultado é fruto do crescimento dos indicadores de crimes. No primeiro semestre foram roubados 266 mil automóveis no Brasil, 39% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

Entre 65% e 70% dos gastos das seguradoras têm a ver com o pagamento de sinistros de todos os tipos. O diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Neival Rodrigues Freitas, ressalta que a maior parte dessa fatia cobre roubos e furtos de veículos.

“É o principal item considerado no cálculo do seguro de automóvel”, sinaliza. “O crescimento nesses sinistros faz a seguradora refazer o cálculo de custos e o preço sobe”, diz Freitas.

Em junho e julho deste ano, no entanto, o mercado experimentou redução nas ocorrências desse gênero. O resultado ainda não pode ser lido como uma inflexão.

“Com a Copa do Mundo, o policiamento foi muito mais ostensivo. Estamos torcendo para que essa inflexão continue. Em agosto teremos clareza disso”, afirma Freitas.

Embora não haja qualquer sinalização de mudança de cenário, a concorrência é um fator fundamental na dinâmica deste mercado.

Ricardo Pacheco, sócio de consultoria e líder de atuarial da empresa EY, explica que a própria competição entre as seguradoras oferece um teto para os preços dos seguros.

“Os valores no patamar em que estão já não são sustentáveis”, afirma.

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