Por bferreira

Rio - A prática de pagar mesada aos filhos provoca dúvidas nas famílias. De quanto deveria ser o valor dessa doação e qual seria o momento mais adequado? Alguns cuidados devem ser tomados no sentido de mostrar aos filhos, mesmo pequenos, o valor dos bens e o quanto de esforço é preciso fazer para conquistá-los.

Mesmo assim, não há um momento certo para começar a oferecer a mesada, pois isso dependerá muito de cada caso das famílias.

Lembre-se: é fundamental que a criança não receba o valor gratuitamente. O ideal é ser retribuído pelas pequenas tarefas caseiras cumpridas no ambiente familiar, de forma que a criança entenda que está fazendo jus àquele pagamento, em função do seu esforço pessoal e pela tarefa colaborativa feita dentro de casa.

Por Jair Abreu Júnior

PERGUNTA E RESPOSTA

“Tenho um filho de 5 anos que sempre me pede muitos brinquedos, mas eu não posso comprar todos. Li vários especialistas explicando que a mesada é uma forma de ensinar a ele que não pode ter tudo que se deseja. Posso já oferecer um pequeno valor mensal à criança?”

Rodrigo, Niterói

Rodrigo, é necessário ter paciência e procurar entender que mesmo com as orientações dos pais, os filhos vão cometer muitos equívocos ao gastar dinheiro com o que não deveriam, pois isso faz parte do aprendizado em educação financeira. Esse aprendizado pode levar muito tempo e deve ser exercitado durante toda a vida.

Um dos princípios básicos da mesada está vinculado à prática da poupança, ou seja, se a mesada corresponde a um valor equivalente a R$ 100, reserve 10% desse valor e o guarde para gastos futuros.

Dessa forma, quando a criança quiser comprar algo novo, poderá dispor desse recurso e passará a ter noção de que tem um valor adicional, proveniente do que guardou anteriormente.

Isso causa um efeito muito importante na mente da criança e fará com que esse ensinamento a acompanhe pelo resto da vida e, na idade adulta, também será muito benéfico.

Outra dica interessante é colocar em prática o que muitas empresas fazem em termos de previdência privada, ou seja, para cada determinado valor descontado do salário do funcionário para a previdência, existe uma participação igual da empresa. A ideia pode influenciar os filhos a desenvolverem o comportamento de poupar, pois cada valor mensal economizado pelos mesmos implicaria num acréscimo de igual valor na mesada.

É sabido que esse pagamento não é obrigação de nenhuma família, pois é responsabilidade dos pais o suprimento básico e diário de cada criança, até que atinja sua independência financeira. A mesada é tida como um ponto de partida para a educação financeira dos filhos, e nada além disso. Os pais devem ser moderados e terem noção do quanto podem dar aos filhos e o que os mesmos podem fazer com o dinheiro.

Jair Abreu Júnior é coordenador em Gestão Financeira da Universidade Estácio de Sá

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