Por bferreira
Rio - A carne teve alta no preço de 3,46% em novembro e, pelo terceiro mês consecutivo, foi o produto que mais pressionou a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, o valor das carnes subiu ao longo de todo o ano de 2014.
Exportação da carne para a Rússia eleva o preço para o consumidorDivulgação

Em novembro, o IPCA ficou em 0,51%. No ano, a inflação acumula taxa de 5,58% e, em 12 meses, 6,56%, acima do teto da meta estipulado pelo governo para 2014, que é 6,5%. Para que o índice feche o ano dentro do patamar, o mês de dezembro terá que registrar inflação de, no máximo, 0,86%.

De acordo com Eulina, os principais motivos para a variação do preço da carne foram a seca e os embates comerciais entre a Rússia e os Estados Unidos, que favorecem a exportação do produto brasileiro. “No ano, a carne já aumentou 17%. A seca prejudica os pastos e faz com que o pecuarista compre mais ração, o que aumenta o custo. E as exportações do Brasil têm aumentado, principalmente para a Rússia, que deixou de comprar dos EUA para comprar do Brasil”, disse ela.

Outro alimento que teve impacto importante no IPCA de novembro foi a batata-doce, com alta de 38,17%, a maior taxa entre os alimentos pesquisados pelo IBGE no mês. O custo dos combustíveis e da energia também pesou no bolso do cidadão.
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Ao ser reajustada no início de novembro, a gasolina ficou 1,99% mais cara para os motoristas. A energia elétrica subiu 1,67% devido ao aumento de impostos e reajuste de tarifas em algumas regiões metropolitanas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou positivo o IPCA de novembro. “Acho que foi um bom resultado”, resumiu.
Para o secretário de Política Econômica, Márcio Holland, o índice de novembro mostra que a inflação deverá encerrar o ano abaixo do teto de 6,5%. Pelas regras, a meta é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo: “Estamos observando uma grande chance de a inflação ficar em torno de 6,4%, 6,45%, dentro das bandas de tolerância do regime de inflação, cumprindo mais uma vez a meta.”
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Ele destacou que, ao contrário do que dizem os críticos, o governo vem adotando, sim, várias políticas na direção de reduzir as taxas de inflação nos próximos anos no país.