Por paulo.lima
Rio - O custo médio de energia elétrica para a indústria brasileira, após o reajuste de 6,33% autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul, subiu, em 2014, de R$ 358,77 para R$ 360,72 por megawatt-hora (MWh).
Os dados foram divulgados nesta terça feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e podem ser acessados na página “Quanto custa a energia elétrica para a indústria do Brasil?” (www.firjan.org.br/quantocusta). A elevação manteve o Brasil na oitava posição do ranking de 28 países com energia elétrica mais cara para indústria. A lista é liderada pela Índia e Itália, países onde a tarifa média industrial de energia elétrica alcança, respectivamente, R$ 596,96 e R$ 536,14 por MWh.
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Gerente de Competitividade e Investimentos do Sistema Firjan, o economista Cristiano Prado, informou que, desde o início deste ano, o aumento totalizou 23%. A evolução da tarifa atinge 37% desde janeiro de 2013, quando foi registrada redução de 20% no custo para indústria.
Em 2012, o custo médio era R$ 332,00 por MWh. Com a queda de 20% em janeiro de 2013, passou para R$ 263,00, subindo 11,5% ao longo do ano passado, atingindo R$ 293,00 em dezembro. Com o aumento de 23%, a tarifa média para a indústria alcançou R$ 360,72 / MWh.
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“A preocupação é que estamos com uma tendência de crescimento do custo no Brasil. E energia é um insumo fundamental para indústria. Se o Brasil quer se tornar mais competitivo, vender mais produtos para o mundo e mais baratos para população, não poderá conviver com o aumento no preço da energia”, disse o economista.
"Soma-se à elevação um cenário de baixo crescimento econômico, inflação alta e reduzida atividade industrial", destacou. Segundo ele, subiram todos custos que afetam a competitividade industrial. Para ilustrar, Cristiano Prado lembrou o aumento do Custo Unitário do Trabalho (CUT), divulgado ontem (8). “A gente sabe que os impostos também estão subindo. O país coloca o setor empresarial em situação delicada. Ele não tem mais como contribuir", comentou Prado.
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Com o aumento de 6,33%, o Rio Grande do Sul passou da décima nona para a décima quinta posição no ranking estadual de custo médio industrial. Entretanto, as tarifas médias mais caras para indústria são encontradas no Pará (R$505,72), Tocantins (R$ 441,83) e Maranhão (R$440,83). De acordo com o estudo da Firjan, a mais barata (R$150,05) foi registrada no Amapá.