Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reafirmou ontem que haverá ajustes em impostos, mas descartou um “saco de maldades ou pacotes” para fazer correções na economia e nas contas do governo. Em encontro com jornalistas e acompanhado do primeiro escalão da área econômica, Levy fez questão de mostrar que as mudanças serão compatíveis com a proposta do governo de elevar a poupança pública.
Ele não informou, porém, quais tributos serão elevados ou ajustados, mas, sobre os gastos, citou medidas recentes do governo, como aumentar no rigor na concessão de benefícios da Previdência Social. “As primeiras medidas se pautam na preservação do direito, mas fazem ajuste de distorções e excessos que só servem para enfraquecer os direitos.” Para o o ministro, o governo atua para evitar desperdícios.
O atual ministro Joaquim Levy tomou posse na sede do Banco Central do BrasilWilson Dias / Parceiro / Agência Brasil

Na mesma linha, ele defendeu o “realismo tarifário”. “É um desafio importante no momento em que se deve reorientar a economia. Temos de fazer coisas que tenham um mínimo de impacto na atividade econômica”, avaliou. Joaquim Levy deixou claro que não haverá repasses do Tesouro Nacional para o setor elétrico para equilibrar a conta de energia, ficando a cargo dos consumidores o aporte final por meio das tarifas.

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Para justificar os ajustes que o governo pretende fazer, o ministro comparou o governo com famílias que têm orçamentos e devem honrá-los. “Às vezes, em uma semana, deixa-se de ir à balada ou de comprar um tênis, porque tem de pagar outra coisa, como um caderno. Na hora de comprar, o material escolar vem na frente”, exemplificou.
O ministro explicou ainda a tributação de investimento, garantindo que não será uma decisão “absolutamente imediata” e que o governo fará muitas consultas. “O objetivo, ou qualquer coisa que seja feita, fará parte de uma estratégia de harmonização, de maneira que tenhamos a melhor composição possível de instrumentos de poupança, investimento. Vamos fazer com certa presteza, mas não é uma coisa eminente”, disse.
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Indagado sobre a possibilidade de reajuste na tabela do Imposto de Renda, constituída de alíquotas que são aplicadas ao contribuinte de acordo com a renda de cada um, Levy não respondeu, alegando “não saber o que dizer sobre o tema”. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, a defasagem da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física acumulada desde 1996 chega a 64,28%.