Por tamara.coimbra
Brasília - O veto da presidenta Dilma Rousseff ao reajuste de 6,5% da tabela do Imposto de Renda este ano — prevista na Medida Provisória (MP) 656/2014 — é um retrocesso, avaliou Cláudio Damasceno — presidente do Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) — sobre a decisão presidencial nesta terça-feira.
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Com o fechamento do IPCA de 2014 em 6,41%, a defasagem da tabela acumulada desde 1996 chega a 64,28%, explicou o sindicato. Se utilizados o índice oficial de inflação e reajustes salariais que ultrapassam os 8% muitos contribuintes passaram a descontar IRPF ou mudam de faixa de alíquota, pagando mais impostos.
“O contribuinte mais uma vez é o maior sacrificado. E a situação preocupa, porque não há regra prevista. Há somente acenos da parte do Governo”, lamentou Damasceno.
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A ideia do Governo Federal seria o reajuste de 4,5%, como deu a entender o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas. Se o Palácio do Planalto enviar a Medida Provisória ao Congresso com esse percentual, no final de 2015 a defasagem (mantida a projeção para o IPCA em 6,79%) estará em 67,88%.
Porém, segundo o Sindifisco Nacional, pode ser pior caso o Governo Federal, por conta do ajuste fiscal que pretende impor, dê reajuste zero à tabela. Assim, a defasagem pode chegar ao final deste ano em 75,43%, caso o IPCA feche nos previstos 6,79%, de acordo com o estudo elaborado pelo sindicato, com base em informações da Receita Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).