Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - De derreter o bolso. Não só as altas temperaturas e a falta d’água preocupam a população. Ao abrir as faturas da conta de luz de janeiro, cariocas e fluminenses se assustaram ao perceber o custo, muito acima do mês anterior. Nas redes sociais, consumidores reclamam de valores até três vezes maiores.
“Somente agora o carioca está constatando a intensidade do reajuste da tarifa elétrica ocorrida no fim do ano passado e também o elevado consumo de energia nos últimos meses, devido ao forte calor”, afirma o economista Gilberto Braga, confirmando aumento real de 40% no valor da sua própria fatura este mês.

Nas redes sociais, a gritaria é livre. Tem consumidores reclamando que o valor da conta dobrou e, até mesmo, triplicou. Braga lembra que, além da entrada do sistema de bandeiras encarecendo o custo da cobrança, o reajuste autorizado para a Light, por exemplo, ocorreu em novembro — com aumento médio de 19,23%. Assim, dependendo das datas de leitura e de pagamento, o valor pago em dezembro ainda misturava duas tarifas.

Lindomar Souza afirma que a conta de luz do restaurante que gerencia aumentou muito em dezembro e deve subir ainda mais este mêsJoão Laet / Agência O Dia

“No mês passado choveu pouco. Agora, não. O consumo tem sido intenso, refletindo no aumento da conta”, destaca o professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.

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Diretor da Trade Energy, comercializadora de energia livre, Luis Gameiro afirma que o consumidor deve observar o quilowatt/hora consumido. “Sempre aviso aos amigos, se for instalar um ar-condicionado: se prepare para gastar o dobro de quilowatt, pois dobra a carga consumida, e mais cerca de 35% a 40% no valor final da conta”, explica.
Para o especialista, o alto do custo da energia era problema previsto desde 2012, quando o governo anunciou a redução de 20% nas tarifas.
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Empresários também reclamam e culpam o consumo
Gerente do Boteco das Garrafas, na Lapa, Lindomar Facundo de Souza, 46 anos, confirma que a conta de luz aumentou muito em dezembro. Ele aposta que deve subir ainda mais agora em janeiro, em função do consumo.
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“O aumento com a bandeira vermelha tem um impacto grande para a gente, pois é em cima do consumo e aqui temos 14 geladeiras e oito freezers, além de uma câmara frigorífica”, diz.Proprietária do salão Beleza da Lapa, Silvia Regina Borges, 45, também reclamou do custo da energia. “Percebi um aumento de cerca de R$ 100 na última conta de luz. Um dos motivos foi o consumo. Às vezes a água não chega até a caixa e temos que ligar a bomba, o que gasta muita energia. Com o calor, o ar-condicionado fica ligado o dia inteiro. Este ano já começou muito difícil para o comércio”, constata.
Cobrança na conta de luz subiu em janeiro. São Paulo tem novo apagão
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Em janeiro entrou em vigor o sistema de bandeiras tarifárias. Com a bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia), a tarifa não sofre nenhum acréscimo. Com a amarela (condições menos favoráveis), a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora consumidos. E, por último, a bandeira vermelha (condições mais custosas de geração) acrescenta à conta de luz R$ 3 para cada 100 kWh consumidos. Devido ao alto custo da energia produzida pelas termelétricas, está em vigor a bandeira vermelha.
Depois do apagão da última segunda-feira, que atingiu 11 estados em toda a Região Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, além do Distrito Federal e em Rondônia, voltou a faltar energia ontem em São Paulo. O sistema caiu por volta das 4h, prejudicando mais de 1,2 milhão de pessoas que ficaram sem água em diversas cidades do estado e em bairros da capital paulista.
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O fornecimento de energia só foi normalizado por volta das 10h. Já a distribuição de água só deve ser voltar ao normal na madrugada de hoje.
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