Por bferreira

Rio - No final de tudo, o fiel da balança será a economia. Remetendo à figura de uma balança mecânica, dessas que ainda se usa em feiras livres, coloca-se num prato expectativas e esperanças de vida melhor; no outro, a frustração pela crise econômica. Os pratos não se equilibram, e o peso tende a pender para um dos lados.

Muitos brasileiros que votaram na oposição manifestam descontentamento com a inflação alta e a corrupção, na base do “eu avisei”. Nos eleitores que reelegeram Dilma Rousseff há dois subgrupos. O primeiro é formado pelos que têm visão ideológica da questão, que compreendem que as dificuldades da economia são o preço a pagar pelos avanços sociais e que a corrupção sempre existiu.

O outro grupo é dos que votaram a partir da polarização criada no segundo turno e optaram por votar em Dilma por ela ter assegurado a manutenção de renda, do emprego a da melhoria da qualidade de vida. Pois é justamente este contingente que hoje sofre de uma ressaca eleitoral e está pulando de um dos lados do prato da balança para o outro. Para esses, atônitos com o escândalo da Petrobras, a política econômica atual de ajustes da presidenta é formada justamente pelo que a então candidata dizia que não iria fazer e por aquilo que se atribuía como sendo a meta da oposição.

Dar explicações à nação como fez no último domingo é saudável, tolerar as manifestações contrárias faz parte do jogo democrático, continuar a jogar a culpa dos problemas na crise internacional e no clima é duvidar da inteligência do povo, e querer o impeachment de Dilma é revanchismo.

No fim de tudo, o que decide o jogo mesmo é a economia e a sensação de estar bem ou mal de vida. E, entre esses dois, o mal parece que está ganhando de goleada, e a balança está muito desequilibrada.

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