Por felipe.martins

Rio - Poucas situações são mais frustrantes que comprar e pagar um produto pela internet e não recebê-lo — ou a entrega demorar meses. Para resolver esse problema, nova forma de venda está sendo implementada no Brasil, em que os consumidores só pagam depois que o pedido é entregue. O objetivo é conquistar o público que ainda desconfia do comércio online.

Pioneira nas vendas pós-pagas no país, a empresa Koin funciona como uma intermediária entre a loja e o cliente. “Junto com a compra, a pessoa recebe o boleto que pode ser pago no banco, na lotérica ou na internet. Então o pagamento só é feito depois que o produto está realmente em mãos. É seguro para o consumidor e para a loja, que recebe o valor na hora em que a compra é fechada”, explica Marcos Cavagnoli, executivo-chefe da empresa.

As amigas Amanda (E) e Ingrid aprovaram as vendas pós-pagas Uanderson Fernandes / Agência O Dia

Jerome Pays, diretor de e-commerce da Lyra Network (multinacional especializada na transmissão segura de transações financeiras), afirma que em diversos países da Europa são comuns os pagamentos após a entrega, porém, os modelos são diferentes.

“Existem pontos de entrega, em que as pessoas vão retirar os produtos que compraram pela internet e pagam na hora, com cartão de crédito. Para o lojista sai muito mais barato, porque a entrega é feita em um único ponto”, avalia.

A estudante Amanda de Azevedo Gabrielli, 18 anos, conta que evita fazer compras online por questões de segurança. “Tenho vontade de comprar roupas nos sites porque é mais barato, mas tenho medo de cair em fraudes. Se puder pagar depois, me sentiria mais segura”, diz. A amiga Ingrid Ferreira, 16, concorda: “Me parece uma ótima alternativa”.

Pequeno será favorecido

Para Jerome Pays, da Lyra Network, a venda pós-paga favorece os pequenos empresários. “No Brasil, a maioria das transações é feita em grandes sites, que têm credibilidade. Os consumidores já confiam. Mas acredito que o modelo pós-pago pode crescer entre os pequenos e médios negócios, que não são tão conhecidos e, portanto, os clientes se sentiriam mais seguros se pudessem pagar após receber o produto”, explica o especialista.

Presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Mauricio Salvador afirma que essa forma de pagamento ainda é pouco difundida no país, mas pode beneficiar tanto o comerciante, quanto os consumidores. “No Brasil, a barreira do medo de comprar online tem sido quebrada”, diz.



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