Por bferreira

Rio - Essa confusão entre o serviço de transporte do aplicativo Uber e os tradicionais táxis traz várias reflexões que apenas comprovam como a nossa vida está mudando. A maioria de nós não vive mais sem um aparelho de telefone celular do lado, que se tornou praticamente um órgão vital anexo do ser humano.

Experimente passar 24 horas sem o seu aparelho de celular e comprove o verdadeiro sentimento de perda e de angústia que você vai ter. É praticamente impossível ficar sem poder ligar, não receber e-mails, não trocar mensagens com amigos e familiares ou verificar o que está bombando nas redes sociais.

O aplicativo Uber, como já explicaram, é uma plataforma tecnológica que pretende juntar as pessoas que precisam de transporte com outras, cadastradas no site e aquelas que dispõem de veículos para prestar serviços de transporte remunerado.

O Uber cresce justamente devido aos serviços precários prestados por uma parcela dos táxis da nossa cidade. Os clientes se dispõem até a pagar um pouco mais do que no táxi convencional devido ao atendimento e às condições superiores dos veículos do Uber.

Na outra ponta há uma penca de argumentos válidos sobre a regulação e custos de conformidade a que os amarelinhos se submetem. O pessoal do Uber, por enquanto, não está caracterizado como serviço profissional de transporte, mas como uma relação particular, escapando formalmente da fiscalização do poder público.

Os aspectos concorrenciais ainda darão margem para muita discussão, mas a polêmica chama a questão para o fato do Uber simbolizar que novos arranjos econômicos estão surgindo a partir da difusão tecnológica e, em particular, do aparelho celular.

O importante é a liberdade de escolha do cliente, por isso, não se pode, aspectos legais à parte, ir contra a inovação que o Uber representa neste momento. Entretanto, é fato que algum grau de regulação precisa ser colocado para esta nova prestação de serviço. Assim, como fica a dica para os “amarelinhos”, cuja a maioria é formada por motoristas honestos e educados: por que não agem como o Uber, usando uma plataforma semelhante e melhorando o serviço prestado?

Gilberto Braga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

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