Por gabriela.mattos

Brasília - Depois de um longo período de estabilidade na quantidade de pessoas sem trabalho no país, a taxa de desemprego chegou a 7,5% em julho, o maior patamar desde maio de 2010. O número foi impulsionado pelo aumento de 9,4% da população desocupada no mesmo mês comparado a junho, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com julho do ano passado, esse aumento foi de 56%.

Já a Região Metropolitana no Rio registrou uma taxa de 5,7%. Houve um aumento de 0,5% na comparação com o mês anterior, o que significa que mais 31 mil pessoas ficaram sem emprego só no mês passado — mil pessoas por dia. Na comparação anual, o número de desempregados no Rio aumentou 62,9%.

Nas seis Regiões Metropolitanas do país, a quantidade de pessoas que estão à procura de uma oportunidade de trabalho chegou a 1,844 milhão. Na comparação anual, o índice é o maior registrado desde 2003 e leva em conta trabalhadores que foram demitidos, além de pessoas que estavam inativas e passaram a procurar emprego.

Já a população que está trabalhando ficou estagnada no mês passado frente a junho — na base anual, houve um recuo de 0,9%. Ainda segundo o IBGE, a renda média da população apresentou alta de 0,3% em julho, chegando a R$ 2.170,70, mas, apesar do aumento, na comparação anual o índice caiu 2,4%.

No mês passado, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada no setor privado recuou 1,5% na comparação mensal e 3,1% na anual.

Os números reforçam o cenário de recessão econômica e instabilidade política no país. De acordo com a pesquisa Focus, do Banco Central, economistas projetam que o Produto Interno Bruto venha a encolher 2% neste ano e continue em queda no ano que vem. Além disso, a expectativa de inflação neste ano ultrapassa os 9%, o que levou o Banco Central a subir a taxa de juros a 14,25%, a maior registrado em nove anos.

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