Por bianca.lobianco

Rio - Será instalado nesta quarta-feira, em Brasília, um fórum que vai reunir governo, sindicalistas, representantes das classes patronais e de aposentados para discutir questões de previdência, emprego e renda. As lideranças dos maiores sindicatos de aposentados do país adiantaram à coluna quais serão as principais demandas que serão levadas ao debate para beneficiar a classe.

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência%2C Miguel RossettoABr


A criação do fórum foi anunciada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto (foto), no início do mês passado. A decisão foi tomada após reunião de duas horas envolvendo o ministro e representantes de centrais sindicais do país. Ele afirmou que os principais temas serão o previdenciário e mercado de trabalho e, a pedido das centrais, também serão debatidas questões de política econômica, como cenário de crescimento e geração de emprego.

João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, disse que a principal causa que a entidade vai levar ao fórum é a questão da Previdência Social que, segundo ele, foi mal gerida na gestão Dilma Roussef.

“O governo administrou muito mal a Previdência Social. Em 5 anos deixou de arrecadar mais de R$ 75 milhões e levou a Previdência à falência. Defendemos que tem que existir um ministério da Seguridade Social que seja apartidário, com verba própria e administrada para esse fim. Isso está na Constituição”, afirmou.

Inocentini chegou a ameaçar deixar o fórum caso a questão não seja colocada em pauta. “Não vamos aceitar que tirem mais direitos da Previdência Social. Há uma grande corrupção que também queremos discutir. Se não for nessa linha nós vamos sair do fórum porque não adianta pregar o diálogo e nos ignorar”, alertou.

O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), Warley Martins afirmou que vai lutar para que entre em vigor o Projeto de Lei 4.434/08, do senador Paulo Paim (PT-RS), que mantém uma paridade constante entre o valor das aposentadorias e o número de salários mínimos que representavam os benefícios na data de sua concessão.

“Nós e o Sindicato Nacional estamos com pautas em conjunto. Acho que o fórum é uma boa iniciativa para que nós sejamos mais ouvidos, mas agora vamos ver se eles cumprem o que falam”, afirmou.

O encontro, porém, pode trazer polêmica se o governo propor novas mudanças em aposentadorias como se especula.

Nova tentativa

Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical vai recorrer sobre a decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que não considerou a reivindicação para que o governo pagasse ainda em agosto, a antecipação de metade do 13º dos beneficiários do INSS. A entidade entrou com ação após indefinição do pagamento da antecipação.

Não evitou colapso

Segundo o sindicato, o anúncio do governo de que vai efetuar o pagamento a partir de 24 de setembro não alivia “o colapso que se instaurou na vida de milhões de aposentados e pensionistas, que contavam com o dinheiro para o mês de agosto, como já vinha sendo depositado desde 2006”. “As pessoas ficaram abaladas”, estacou Carlos Ortiz, presidente do sindicato.


Você pode gostar