Por gabriela.mattos

Brasília - Em um dia marcado por incertezas políticas e econômicas, o dólar avançou 1,83% e fechou nesta terça-feira no valor mais alto na história, ultrapassando R$ 4. Com a cotação de R$ 4,054, a moeda norte-americana atingiu o recorde desde a criação do real (1º de julho de 1994).

O dólar superou o recorde anterior de R$ 3,99, de outubro de 2002. Na época, a alta da moeda foi impulsionada pelas perspectivas de que o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seria eleito, gerando incerteza no mercado financeiro.

A moeda operou acima de R$ 4 ao longo de toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 14h30, alcançou o valor de R$ 4,061. A divisa acumula alta de 11,76% apenas em setembro e de 52,47% em 2015. A maior preocupação de investidores era de que o Congresso derrubasse o veto presidencial ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando o ajuste das contas públicas. Havia ainda o receio de que o país perdesse o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco, além da Standard & Poor’s. O analista da Moody’s Mauro Leos afastou a possibilidade, afirmando que o Brasil está em condição melhor do que países que perderam o selo.

Ao contrário do que fez na segunda-feira, quando vendeu US$ 3 bilhões das reservas internacionais com compromisso de recompra, o Banco Central não interveio no mercado de câmbio. O órgão apenas continuou com a rolagem (renovação) dos leilões de swaps cambiais, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Segundo o BC, o país teve déficit em transações correntes de US$ 2,487 bilhões em agosto, acumulando em 12 meses rombo equivalente a 4,34% do PIB. No mês, os investimentos diretos no país somaram US$ 5,246 bilhões contra estimativa de US$ 3,4 bilhões. A expectativa para a conta-corrente era de saldo negativo pior, de US$ 3,25 bilhões em agosto. (Com Agência Brasil e Reuters)

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