Rio - O dólar superou a máxima histórica de R$ 4 na abertura dos negócios nesta terça-feira, com investidores aguardando a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff no Congresso e em meio a preocupações com a possibilidade de o Federal Reserve, banco central norte-americano, elevar os juros neste ano.
O dólar à vista (referência no mercado financeiro) teve valorização de 0,72%, chegando a R$ 4,20 para venda. Já o dólar comercial (usado para transações de comércio exterior), avança 0,97%, chegando a R$ 4,21.
A cotação desta terça-feira é a maior desde que o real foi criado. Em 10 de outubro de 2002, a moeda chegou a ser vendida a R$ 4 durante o pregão, mas no decorrer do dia desacelerou e fechou o dia em R$ 3,98.
Em ação conjunta com o Tesouro, o Banco Central conseguiu contribuir para a redução da pressão sobre o dólar e os juros nesta segunda-ferira, mas mesmo assim os preços fecharam em alta. O Tesouro anunciou que pretende fazer nova operação nesta terça. O Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Euro
Nesta terça-feira, o dólar ganhou terreno perante o euro, o que já havia ocorrido nesta segunda. A moeda europeia era cotada a US$ 1,1186 (R$ 4,45) às 6h GMT (3h de Brasília) nesta terça-feira no mercado de divisas de Frankfurt, abaixo do valor da sessão desta segunda, que foi de US$ 1,1196 (R$ 4,46). O Banco Central Europeu (BCE) fixou na segunda-feira o câmbio oficial do euro em US$ 1,1250.
Segundo a pesquisa semanal do Banco Central, a economia vai recuar 2,7% em 2015 e 0,80% no próximo ano. As estimativas têm piorado pelas apreensões dos investidores quanto a capacidade do governo brasileiro de equilibrar suas contas.
Vetos
Parlamentares devem votar vetos presidenciais que, se derrubados, aumentarão o buraco nas contas públicas justamente em um momento em que o Executivo se esforça para cortar despesas e aumentar receitas.
Aguardam na pauta de votação 33 itens que tratam de vetos, e nem todos implicam em impactos financeiros. Mas há alguns, como o que impediu a entrada em vigor de um reajuste de até 78,6 por cento aos servidores do Judiciário até 2017, que preocupam o Planalto.