Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - As chuvas de verão na Região Sul do país desorganizaram as plantações de arroz e feijão e os próprios órgãos dos produtores confirmam que haverá escassez desses produtos por dois meses, entre 20 de fevereiro e 20 de abril. A consequência disso você imagina facilmente: aumentos de preços para os consumidores. O preço do feijão já subiu pouco mais de 20% e o arroz 10%, sendo que há uma expectativa de que a elevação dos preços pode ser ainda maior no intervalo mencionado.
Nos supermercados do Grande Rio, o feijão preto, que é o tipo mais consumido por nós, a marca líder de vendas já pode ser encontrada com variação de até 25% nas prateleiras, custando entre R$ 3,90 e R$ 5,40. Já no preço do arroz, a variação maior se dá entre as marcas. O quilo do grão do mesmo tipo, mas de marcas diferentes, estranhamente está variando até 40%.
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Os preços da alimentação já vinham subindo de forma generalizada nos últimos tempos e a saída para muita gente, foi diminuir a proteína (carne bovina, frango, porco e peixe) e aumentar o feijão com arroz. O que o trabalhador pode fazer agora, que a mistura clássica do brasileiro está disparando de preços?
Os especialistas dizem que as alternativas poderiam ser a troca do feijão pela lentilha ou ervilha e, no caso do arroz, pelas massas. Entretanto, os preços desses substitutos também estão caros, logo, não há alternativas econômicas de substituição. Ou o cidadão paga mais caro ou não se alimenta direito, empobrecendo ainda mais as refeições.
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Em época de desemprego e desesperança com o país, muita gente ainda agradece quando consegue ter condições de colocar um prato na mesa e proporcionar uma refeição prazerosa para a sua família. Quando até o arroz e o feijão ameaçam faltar e encarecer é sinal de que a crise é ainda mais grave do que já se sabia. Mas calma gente, o Carnaval está aí e hora de dar uma pausa nas preocupações. Dentro de uma semana a gente volta a se aborrecer.
Gilberto Braga éprofessor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral
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