Rio - Os profissionais de educação da rede estadual, que também estão em greve, realizarão assembleia nesta terça-feira. Os grevistas se reunirão a partir do meio-dia, na Cinelândia, e seguirão em caminhada até as escadarias da Alerj, onde os rumos da paralisação serão definidos a partir das 14h.
Entre os principais pleitos dos profissionais da rede estadual, está o pedido para que cada matrícula esteja atrelada a uma única unidade de ensino, e os professores não sejam obrigados a cumprir suas cargas horárias em várias escolas diferentes, como acontece hoje.
Greve continua
O ensino municipal continua em greve. Em decisão surpreendente na assembleia realizada ontem, no Terreirão do Samba, a maioria dos cerca de dez mil profissionais de Educação presentes optou por continuar a paralisação, que completa hoje 20 dias. No entendimento deles, um posicionamento do governo municipal quanto às reivindicações de caráter pedagógico é tão importante quanto as conquistas obtidas na última sexta, quando a prefeitura acatou pleitos trabalhistas.
Uma retomada imediata das atividades foi considerada arriscada pela maioria, que acreditava que não seria mais ouvida caso voltasse ao serviço. “A greve não é por salários, é por mudanças na educação. Não posso voltar às salas de aula sem levar nada para os meus alunos. Será que avançaremos nesses pontos depois de voltarmos ao serviço?”, questionou a professora Jane Rodrigues, referindo-se a questões como a garantia de um terço da carga horária para o planejamento de atividades, a volta dos seis tempos diários de aula e a diminuição do número de alunos por turma.
Em nota, a prefeitura se disse surpresa com a decisão dos grevistas e lamentou que os alunos continuem sem aula. Uma reunião entre representantes da categoria e da Secretaria Municipal de Educação está marcada para hoje, a partir de 10h30, na prefeitura. Na mesma hora, do lado de fora, será realizada uma vigília. Os servidores querem urgência na análise das questões pedagógicas.
A direção do sindicato espera apresentar a posição da administração municipal em nova assembleia, agendada para as 15h de amanhã em frente ao Fórum. Antes disso, pela manhã, será realizada uma audiência de conciliação, no Tribunal de Justiça, que reunirá representantes do sindicato e da prefeitura. O resultado do encontro na Justiça também será apresentado na assembleia realizada à tarde e pode ditar os rumos quanto à continuidade da greve.
Prefeitura volta a receber sindicalistas
Após a assembleia no Terreirão, parte dos servidores municipais seguiu em passeata até a prefeitura, onde realizou uma nova manifestação por melhorias estruturais e mudanças pedagógicas. Um trecho da Presidente Vargas foi interditado. Os representantes do Sepe foram recebidos pelas autoridades municipais e expuseram a necessidade de participar das negociações, além de reiterarem que continuarão mobilizados enquanto os pleitos não forem atendidos.