Por tamyres.matos

Rio - Em mais um dia de militância, servidores municipais e estaduais de ensino fizeram ontem novos atos de protesto e comemoraram os avanços pedagógicos obtidos em reuniões com os secretários de Educação. A inflexibilidade do governo em negociar o aumento de 16%, pedido pelos profissionais do estado fez, no entanto, que a categoria optasse por continuar a paralisação das atividades, que hoje completa 21 dias.

A decisão foi unânime dos presentes à assembleia, realizada nas escadarias da Alerj, na tarde de ontem. Os grevistas chegaram ao local após participarem de uma passeata pacífica, que partiu da Cinelândia e percorreu as ruas do Centro.

Professores da rede estadual fizeram uma assembleia em frente à AlerjAlexandre Vieira / Agência O Dia

Pela manhã, em reunião realizada entre representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e o subsecretário estadual de Educação, Luiz Carlos Becker, houve acordos sobre algumas das das principais reivindicações pedagógicas pleiteadas. O Sepe será incluído no grupo de trabalho que discutirá a volta da grade curricular de 2003 — que previa um terço da carga horária dedicada ao planejamento e ainda que nenhuma disciplina tenha menos de dois tempos por semana.

Um relatório com os nomes dos profissionais da rede que trabalham em mais de duas escolas foi entregue ao subsecretário. Embora tenham ouvido a garantia de estudo individual de cada caso, a falta de perspectiva em relação a uma medida que impeça imediatamente o trabalho em mais de uma escola, também influenciou para que muitos votassem pela manutenção da paralisação.

Uma nova assembleia da categoria está marcada para a sexta-feira, às 14h, em local ainda não definido. “Os núcleos do Sepe e as unidades de ensino discutirão o que nos foi oferecido até lá. Existe a possibilidade de realizarmos, neste dia, também passeata unificada dos servidores estaduais e municipais, no Centro”, avisou a diretora geral do Sepe, Marta Morais.

No ensino municipal, conquistas pedagógicas e nova assembleia

O ensino municipal realizará nova assembleia para definir os rumos da greve nesta quarta-feira, a partir da 15h, em frente ao Fórum, no Centro. Ontem, representantes do Sepe se reuniram com a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin. Na pauta do encontro estavam as questões pedagógicas que fizeram com que os grevistas votassem pela continuidade da paralisação, na assembleia da última segunda-feira, no Terreirão do Samba.

A direção do Sepe espera apresentar a posição da prefeitura aos grevistas e abrir a votação que pode definir a volta das aulas na rede municipal.

ACORDO QUE SERÁ PROPOSTO NA ASSEMBLEIA

EXCESSO DE ALUNOS

De 18.894 turmas, 2.257 têm excesso de alunos. Haverá estudo conjunto sobre o assunto.

PLANEJAMENTO

35% dos docentes não têm 1/3 da carga horária para o planejamento. Um grupo de trabalho será exclusivo para o tema.

AUTONOMIA

Já está decidido que, ao término de cada ano,incluindo 2013, os professores serão consultados se vão querer adotar os cadernos sugeridos.

CLIMATIZAÇÃO

Subiu de 65 para 130 número de escolas com ar-condicionado.

MERENDEIRAS

A quantidade de refeições vai ser revista, possibilitando a contratação de merendeiras.

EDUCAÇÃO INFANTIL

O banco de aprovados do último concurso será chamado. Os agentes auxiliares de creche serão qualificados.

REVOGAÇÃO

Foi revogada a Resolução 02 que dava ao diretor o poder de decidir qual professor remover da escola de origem.

Reportagem de Gabriel Sabóia

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