Por thiago.antunes

Rio - Sancionada há mais de 10 anos, a lei federal que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas das redes pública e particular ainda não é aplicada em boa parte das unidades. Em São João de Meriti, no entanto, a temática é prioridade. Até o fim deste mês, bibliotecas de 61 instituições ganharão o reforço de mais sete títulos que serão adquiridos pela Secretaria de Educação.

O destaque ao tema começou em 2009, quando foi criada a Coordenadoria de Igualdade e Diversidade. O órgão dá apoio às atividades aplicadas em sala de aula, da Educação Infantil ao 9º ano do Ensino Fundamental.

“São realizadas leituras de obras em que a valorização da cultura africana esteja presente”, disse a coordenadora de projetos Cecília Ramos da Fonseca. “A partir dessas leituras e pesquisas históricas, são feitos trabalhos de arte, painéis, manifestações de teatro e dança, e reconhecimento dos artistas negros que contribuíram para a cultura brasileira”.

A diarista Leandra Suzano, de 30 anos, mãe de Steffany, 11 anos, elogia: “É uma boa forma de muitos brasileiros descendentes de africanos descobrirem um pouco da história de sua origem, de onde vieram”, afirma.

Especialistas apontam que a lei 10.639 só é colocada em prática por entusiastas da causa. “Vemos iniciativas individuais, de professores que se identificam com a questão e abordam essa temática em aula”, afirma a professora de História Janete Ribeiro, do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj). Ano passado, a primeira edição do Festival Literário Internacional da Diáspora Africana reuniu milhares de alunos para apresentação de trabalhos e debates.

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