Educação da família real britânica cresce no Brasil
Escola montessoriana para o filho do príncipe Willian, chamou atenção para o método
Por bianca.lobianco
Rio - O príncipe George, filho mais velho do príncipe William e Kate Middleton e terceiro na linha de sucessão ao trono britânico, começou a estudar na Westacre Montessori School, no condado de Norfolk. A escolha da família real pela linha pedagógica montessoriana, chamou a atenção para o sistema de ensino, que vem crescendo no Brasil. Em todo o território nacional existem 39 instituições, 12 a mais que há dois anos. Cinco delas estão no Estado do Rio.
A metodologia foi criada pela educadora italiana Maria Montessori, partindo do princípio da experiência concreta e da observação.
Na capital carioca a Meimei, na Tijuca, e Aldeia Montessori, no Méier, adotaram a metodologia. Em Niterói há duas e em Petrópolis, uma. “A autonomia, a autocorreção e o estímulo à capacidade de buscar soluções sozinha no cotidiano, nos convencenceram a matricular nossa filha na Meimei”, diz Gabriela Silva, que optou pela escola onde o marido, José Paulo Antunes, estudou.
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Gabriela e José são pais de Cecília, 3 anos, que ao invés de quadros, giz, lições e recreio, encontra na Meimei materiais para aprender a manusear. São talhares para transferir alimentos de um pote para o outro, fechaduras e chaves, pinças, bolas coloridas, caixas e encaixes, blocos de equilíbrio, entre outros. A escola foi fundada em 1977 com nome de origem chinesa, que significa amor puro.
“Nas salas, por exemplo, os copos para beber água são de vidro e nas refeições se usa garfo e faca. Dessa forma, os alunos assumem responsabilidade sobre o manuseio de utensílios. Cecília sabe que se não segurar o copo com cuidado e atenção, ele vai quebrar”, ressalta Gabriela. O casal rejeita comentários popularmente atribuídos ao médoto. “Não é um ‘pode tudo’. Há disciplina e aprendizado. A diferença de uma escola comum é que a ordem não parte de um sinal, de um inspetor ou de uma prova, mas do próprio indivíduo”, exemplifica o pai da aluninha.
No colégio montessoriano da Tijuca, que tem 250 estudantes, de 1 ano e meio até o Ensino Médio, as classes são agrupadas de acordo com a faixa etária. “Tudo obedece aos princípios instituídos por Maria Montessori, lembrando que o desenvolvimento intelectual deve sempre estar pautado nos valores da boa convivência entre as pessoas”, diz Sônia Maria Braga, diretora pedagógica da Meimei e presidente da Organização Montessori no Brasil.
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Pedagogia classificada de revolucionária
George seguirá os passos do pai, príncipe William, e do tio, Harry, que também estudaram pelo método montessoriano. Princesa Diana também trabalhou em creche desse tipo.
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Médica e educadora, Maria Montessori criou o sistema no início do século 20, apoiada na autoeducação, individualidade, ambiente, independência, materiais com formas geométricas diversas, e a livre escolha. Embora haja críticas por alunos aprenderem o que querem e na hora que querem, o método é tido como revolucionário. “Por dar liberdade às crianças diante das atividades. O aluno aprende conforme seu ritmo. Cabe aos professores guiá-lo para evitar disparidades, sem se impor”, diz a pedagoga e psicopedagoga Edimara Lima.
A forma de avaliação mais comum se dá pela observação diária e individual. Ao final de cada etapa, os professores apresentam relatórios de avanço que dizem se a criança está apta para o próximo nível. Salas diferentes das tradicionais