Rio - A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu as portas da sua quadra para acolher estrangeiros na Festa das Nações. O evento faz parte do ‘Esquenta’, que as paróquias prepararam para a Semana Missionária, que antecede a Jornada.
Até domingo, a escola vai receber mil peregrinos e voluntários. Todos os dias haverá missa, às 19h30, seguida por shows com grupos católicos. As orações serão em inglês, espanhol e português.
Neste sábado, a partir das 19h, sambistas e fiéis recebem a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora. Às 19h30, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, conduzirá a oração do Ângelus. “É uma festa de celebração enquanto aguardamos a chegada do Papa”, diz o padre Cláudio Santana, da Paróquia de Maria Mãe da Igreja e São Judas Tadeu, em Padre Miguel.
Peregrinos aproveitam o evento para conhecer pontos turísticos. Nesta quinta-feira, grupo festejava a visita ao Cristo. No Vaticano, o gaúcho Leandro Martins, que percorre a Europa de bicicleta, se encontrou ontem com o Pontífice. “É uma pessoa simples, receptiva, e gostou das minhas piadas”, disse o ciclista.
Cubanos se encantam com a fé de brasileiros
Niterói recebeu na terça-feira os únicos peregrinos cubanos que vão participar da Jornada Mundial da Juventude. O grupo, de 37 jovens, quatro padres e um bispo, participa da Semana Missionária na Paróquia de São José, no Cafubá, na Região Oceânica. Entre as atividades, bloco de carnaval, show de MPB e dança. Nesta quinta-feira, o dia foi dedicado à oração.
Para a estudante cubana Vitoria Villa Real, 20 anos, os brasileiros vivem a fé de forma comprometida. Ela conta ter se encantado com a história de Nossa Senhora Aparecida. “Ser católico é desafio em qualquer parte do mundo”, disse.
Segundo Renata Luz, uma das coordenadoras do evento, os peregrinos ficaram encantados com as frutas. “Eles tiraram fotos das uvas que demos”. Em relação à vivência da religião na ilha, ela conta que alguns cubanos relataram já terem vivido momentos de repressão. Nesta sexta-feira, no dia da solidariedade, fiéis visitarão locais carentes, hospitais e creches.
Com o título “O Papa do povo”, a revista Times trouxe o Pontífice na capa. A publicação diz que a ida ao Brasil testará a força do “Papa humilde”, diante dos desafios da Igreja.
Ministério da Defesa anuncia Operação Papa
Representantes do Ministério da Defesa e das Forças Armadas anunciaram ontem uma série de medidas de segurança para a Jornada Mundial da Juventude, na chamada Operação Papa. A entrada de pessoas com máscaras ou objetos que possam oferecer risco não será permitida no Campus Fidei, em Guaratiba, onde o Pontífice celebrará missa campal.
Dentro do campus, os policiais não poderão usar armas, mesmo as não letais. Mas, do lado de fora, eles estarão armados, assim como em Copacabana, onde será realizada outra missa, além da Via Sacra.
A Operação Papa contará com efetivo de 13.700 homens, sendo 10.200 das Forças Armadas. O Exército deve colocar dez helicópteros e 380 viaturas, como blindados, durante o evento. O esquema foi antecipado pelo DIA no mês de março.
Estas decisões foram consolidadas nesta quinta-feira durante reunião no Forte de Copacabana. As últimas manifestações ocorridas na cidade e a ação de vândalos estiveram entre os assuntos mais discutidos.
Segundo o coordenador de Defesa de Área, general José Alberto da Costa Abreu, o combate às manifestações continua a cargo da PM, apesar de todas as forças de segurança estarem cientes dos protestos previstos na cidade. “Acreditamos que a PM consiga cumprir a sua missão. Só colocaremos nosso efetivo em atuação nestes protestos em último caso, se for deferido um decreto presidencial, a pedido do governador, alegando insuficiência do aparato policial. Neste caso, será cedido às nossas forças o poder de polícia”.
José Monteiro, da Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos, do Ministério da Defesa, disse que será proibida a entrada de manifestantes organizados. “Toda atitude suspeita estará sob severa vigilância. Estamos alertas”.
Na reunião, foi discutida a possibilidade de não reprimir pessoas com cartazes que questionem gastos públicos com a Jornada. “Não vale a pena criar tumulto por um cartaz qualquer. Isso pode gerar conflito maior. Vamos analisar cada caso isoladamente. Só saberemos a maneira de agir na hora em que o problema surgir”, completou o coordenador de Defesa de Área.