Por thiago.antunes

Rio - A Princesinha do Mar é, cada vez mais, a queridinha do Rio de Janeiro. A multidão de aproximadamente 3 milhões de pessoas que tomou conta de Copacabana nos últimos dias da Jornada Mundial da Juventude mostrou, definitivamente, a vocação para receber grandes eventos.

Acostumada a multidões somente no Réveillon ou em shows bissextos, como o dos Rolling Stones em 2006, que também reuniu mais de um milhão de pessoas, o bairro passou por um teste de fogo nesta Jornada Mundial da Juventude.

Ele servirá de exemplo para os próximos eventos na cidade, como a Copa do Mundo no ano que vem e a Olimpíada em 2016. Mas houve reclamação. “Estes eventos são um barato. Agregam valor ao bairro, mas é preciso que venham acompanhados de uma melhor estrutura. Sempre deixamos a desejar em quesitos como limpeza urbana, segurança, transporte” disse Sérgio Rabello, dono do Galeto Sat’s, que há 37 anos recebe turistas do meio-dia às 6h.

Praia de Copacabana amanheceu completamente lotada por causa da vigíliaMaria Luiza Mesquita / Agência O Dia

Ele lembrou, por exemplo, que a maioria dos banheiros químicos chegou na madrugada de domingo. O corretor de imóveis Pedro Silva tem na ponta do lápis o resultado da valorização do bairro. Uma quitinete de apenas 30 metros quadrados saía por cerca de R$ 180 por dia na semana do Réveillon. Se o turista quiser reservar agora uma semelhante para o próximo Ano-Novo, o preço chega a R$ 230 por dia, na Avenida Atlântica.

O preço é o mesmo para o período da Copa do Mundo, em junho do ano que vem. “É uma valorização sem precedentes. Não dá para fazer previsão agora. O quadro ainda pode mudar bastante até lá”, avalia o corretor.

Alívio com o fim da Jornada

O fim da JMJ foi um alívio para os moradores de Copacabana. Leandro Murad, 30 anos, teve que ficar ilhado em casa enquanto era realizada a Jornada.

A supervisora comercial Adriana Porto, 34, saiu neste domingo pela primeira vez de casa com a família desde que começou a JMJ e disse que teve dificuldades para almoçar no bairro.

“Os restaurantes não aguentaram o volume de peregrinos. As ruas ficaram muito cheias. Tentei ao máximo evitar sair de casa”, contou.



Você pode gostar