Johanesburgo (África do Sul) - O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela chega nesta sexta-feira ao sexto dia hospitalizado em estado crítico e a população da África do Sul, que receberá nesta sexta-feira a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, espera por notícias sobre o seu estado de saúde. Na última informação oficial, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, anunciou ontem que Mandela se encontrava estável após experimentar uma leve melhora, mas seu estado continuava "crítico".
Pouco antes, a filha mais velha do ex-presidente, Makaziwe Mandela, tinha afirmado em entrevista à rádio pública que seu pai estava em uma situação "muito crítica". Segundo Makaziwe Mandela, o ícone da luta contra o regime racista do "apartheid" "não tem bom aspecto" e "pode ocorrer qualquer coisa de forma iminente". Enquanto isso, a África do Sul se prepara para receber nesta sexta-feira o presidente Obama, que começará amanhã os atos oficiais de sua visita de dois dias.
O primeiro presidente negro da América, que chegará procedente do Senegal e encerra sua viagem africana no dia 2 de julho na Tanzânia, não visitará em princípio o primeiro presidente negro da África do Sul, conforme anunciou o governo sul-africano. Dezenas de sul-africanos se reuniram nesta sexta-feira nas portas do hospital de Pretória onde Madiba (como Mandela é conhecido no país) está internado desde o dia 8 de junho por uma recaída de uma infecção pulmonar. Um grupo de crianças foi até as portas do centro para cantar em coro uma canção com o lema: "Nós te amamos Mandela". "Ele (Mandela) é um dos meus heróis pessoais, um herói para o mundo.
Seu legado durará séculos", disse Obama ontem no Senegal. O presidente americano vai homenagear seu "herói" no domingo na Cidade do Cabo com uma visita à Ilha de Robben, na qual Madiba esteve preso por 18 anos. O muro e a cerca externa da clínica onde Mandela está internado se transformaram em um colorido mural de flores e cartazes que desejam o melhor para Madiba e agradecem o seu sacrifício pela dignidade de todos os sul-africanos sem distinção de raça. A poucos metros do hospital, o Congresso Nacional Africano (CNA) celebrou na quinta-feira à noite uma vigília em homenagem ao antigo estadista.