Rio - Na última quarta-feira, Elisângela Borborema Rosa, 28 anos, chegou andando ao Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, para uma série de exames. Fato normal, não fosse a circunstância da primeira entrada dela na unidade, no início de maio. Com um arpão atravessado na cabeça, ela escapou da morte e se recupera sem sequelas.
No dia 7 de maio, Elisângela estava em casa, em Arraial do Cabo, quando foi atingida acidentalmente por um disparo feito pelo marido, Adriano Goulart. O instrumento entrou pela mandíbula e fraturou a coluna dela. Após cirurgia de quase três horas, a moça passou 18 dias no hospital, sendo uma semana no CTI.
A recuperação rápida e sem sequelas surpreendeu os médicos. Segundo Allan da Costa, neurocirurgião que operou Elisângela, a ponta do arpão penetrou na região entre o canal vertebral e o canal da medula. Ele explicou que caso o objeto atingisse um centímetro para dentro, a paciente ficaria tetraplégica. Já um centímetro para fora poderia levá-la à morte. “A recuperação tem sido muito satisfatória. Ela está usando apenas um colar cervical para estabilizar a coluna por causa da fratura, mas está sem sequelas”, disse o neurocirurgião do hospital, Dennis Ferreira de Souza.
A única consequência do acidente foi uma leve perda da sensibilidade do lado direito do corpo. Elisângela conta que fez sessões de fisioterapia para recuperar a força do braço e da perna. Quarta-feira, além de consulta clínica, ela realizou tomografia computadorizada e exames de raios-x.
De acordo com a equipe médica, em até três meses Elisângela poderá retomar as atividades. Mãe de três filhos, de 10, 9 e 6 anos, ela planeja sair com as crianças. “Quando todos os movimentos estiverem liberados, quero sair para comemorar com meus filhos”, declara.